A 50ª edição de um Grande Prêmio no Brasil teve emoção e feito inédito neste domingo (13). O britânico George Russell conquistou sua primeira vitória na carreira na Fórmula 1 ao liderar de ponta a ponta a corrida no Autódromo de Interlagos. O compatriota Lewis Hamilton ficou em segundo, marcando a primeira dobradinha da Mercedes na temporada. O espanhol Carlos Sainz Jr, da Ferrari, completou o pódio em dia de recorde de público no circuito paulistano.
A corrida foi marcada por pequenos acidentes, com a entrada de safety car por duas vezes. Bicampeão por antecipação, o holandês Max Verstappen não teve um bom domingo e terminou na modesta sexta posição. Destaque para o espanhol Fernando Alonso, da Alpine, que ganhou 12 posições e terminou em quinto.
O GP de São Paulo também registrou quebra de recorde de público, com a presença de 235.617 pessoas em Interlagos ao longo do fim de semana.
A corrida começou com acidentes. Logo na primeira volta, na curva do Pinheirinho, Daniel Ricciardo, da McLaren, tocou na Haas de Kevin Magnussen, fez o dinamarquês rodar e acertar o próprio australiano, provocando o abandono de ambos e a entrada do safety car na pista.
No reinício da prova, na saída do "S do Senna", Hamilton e Verstappen se tocaram, o britânico saiu da pista, enquanto o atual campeão teve o bico danificado e precisou parar nos boxes para trocá-lo. Em seguida, Lando Norris também acabou tocando roda com roda com Charles Leclerc. O monegasco da Ferrari rodou e caiu para o fundo do pelotão. Norris e Verstappen foram punidos em cinco segundos cada por causarem os acidentes.
Na ponta, Russell passou a ter Sergio Pérez como seu principal concorrente pela vitória em Interlagos. O britânico da Mercedes largou pela segunda vez na primeira posição. O mexicano da Red Bull não conseguia encurtar a distância para o piloto da escuderia alemã, que matinha a vantagem entre dois e três segundos.
Russell foi para os boxes, Hamilton assumiu a liderança e mesmo com pneus macios, o heptacampeão fez seus pneus resistirem por 30 voltas. Ele trocou para o composto médio e voltou para a pista na quarta colocação, empurrando o companheiro de Mercedes de volta para a ponta.
Mas Hamilton ainda tinha o que mostrar na briga pelo pódio. O britânico retornou para a pista com ótimo desempenho, tirando praticamente um segundo por volta de Carlos Sainz Jr, da Ferrari, que ocupava a terceira posição. Para se prevenir, o espanhol antecipou sua parada nos boxes para retomar desempenho.
Enquanto isso, o bicampeão Max Verstappen seguia com dificuldades para escalar o pelotão, perdendo muito tempo com carros do fim do grid. A briga do holandês se resumia a marcar pontos em Interlagos.
O panorama indicava uma disputa de Hamilton com Pérez pelo segundo lugar, dada a vantagem ampla de mais de sete segundos de Russell na liderança. Na abertura da 45ª volta, Hamilton ultrapassou Sergio Pérez na reta dos boxes e assumiu a segunda posição.
Na volta 53, Norris teve problemas, sua McLaren simplesmente parou. Ele precisou abandonar, causando a entrada do safety car. Norris sofreu com uma intoxicação alimentar na quinta-feira e não conseguiu seu melhor desempenho. Foi um péssimo fim de semana para a escuderia britânica, que viu seus dois carros abandonarem, fato que não acontecia desde a Bélgica, em 2019.
Com a entrada do safety car, Hamilton pôde se aproximar de Russell, que, preocupado, foi informado pela Mercedes que teria liberdade na disputa por posição com o heptacampeão mundial. A demora para o safety car se recolher causou insatisfação em alguns pilotos. A pista só foi liberada na 59ª volta.
Com as duas Mercedes na ponta, a briga se intensificou pelo pódio entre Pérez e as Ferraris de Carlos Sainz Jr e Charles Leclerc. O mexicano não segurou o espanhol nem o monegasco. Fernando Alonso foi no embalo e também deixou o piloto da Red Bull para trás. O espanhol da Alpine ganhou incríveis 12 posições ao longo da corrida. Verstappen também ganhou a posição de Pérez.
Russell não foi pressionado por Hamilton e conduziu sua Mercedes de ponta a ponta rumo à sua primeira vitória na carreira na Fórmula 1 e voltando a colocar a bandeira da Grã-Bretanha nos dois lugares mais altos do pódio.
Recorde de público
O GP de São Paulo de F-1 bateu novo recorde de público. Na soma dos três dias de atividades no Autódromo de Interlagos, 235.617 pessoas estiveram presentes para acompanhar a categoria máxima do automobilismo mundial, representando o novo recorde. A marca anterior foi obtida na temporada passada, quando 181.711 torcedores acompanharam o fim de semana de GP.
Confira a classificação final do GP de São Paulo de F-1:
1º - George Russell (ING/Mercedes), em 1h38min34s044
2º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), a 1s529
3º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Ferrari), a 4s051
4º - Charles Leclerc (MON/Ferrari), a 8s441
5º - Fernando Alonso (ESP/Alpine), a 9s561
6º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 10s056
7º - Sergio Pérez (MEX/Red Bull), a 14s080
8º - Esteban Ocon (FRA/Alpine), a 18s690
9º - Valtteri Bottas (FIN/Alfa Romeo), a 22s552
10º - Lance Stroll (CAN/Aston Martin), a 23s552
11º - Sebastian Vettel (ALE/Aston Martin), a 26s183
12º - Pierre Gasly (FRA/AlphaTauri), a 26s867
13º - Guanyu Zhou (CHN/Alfa Romeo), a 29s325
14º - Mick Schumacher (ALE/Haas), a 29s899
15º - Alexander Albon (Williams), a 36s016
16º - Nicholas Latifi (CAN/Williams), a 37s038
17º - Yuki Tsunoda (JAP/AlphaTauri), a uma volta
Não completaram a prova:
Kevin Magnussen (DIN/Haas)
Daniel Ricciardo (AUS/McLaren)
Lando Norris (ING/McLaren)R