O ginásio do Campus da Ulbra foi palco do reencontro de uma geração vitoriosa do vôlei nacional. Na noite de quinta-feira (29), Gilson “Mão de Pilão”, André Heller e cia voltaram no tempo, vestiram azul e vermelho e divertiram o público que encheu o ginásio para rever os ídolos, referências da equipe tricampeã da Superliga em 1998, 1999 e 2003.
O placar final do jogo-exibição foi de quilos de alimentos não perecíveis arrecadados para o Banco de Alimentos de Canoas, e a solidariedade foi a grande vencedora.
A festa começou antes mesmo de os jogadores entrarem em quadra. Recebidos pela organização do evento com um buffet de sucos e salgados, eles aproveitaram para botar o papo em dia e também se aproximar daqueles que não puderam estar presentes, como o técnico da geração, Jorginho Schmidt, que está na Colômbia.
Também houve tempo de participarem da cerimônia de premiação dos vencedores do vôlei dos Jogos Internacionais Luteranos, da categoria mirim, que ocorre no complexo esportivo da Ulbra
— É maravilhoso encontrar pessoas tão importantes da minha carreira. Nós temos que agradecer a Ulbra por essa oportunidade. Espero que não estraguemos o piso do ginásio, pois estamos mais velhos e pesados — brincou André Heller, meio de rede no time bicampeão da Superliga em 1998 e 1999.
Também aluno da instituição, foi atuando pela Ulbra que Heller foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira, em 1998. A trajetória teve duas medalhas olímpicas: uma de ouro e outra de prata, além de três medalhas pan-americanas e conquistas sul-americanas e mundiais.
— Nós sabíamos que, em teoria, não éramos o time mais forte. Porém, juntos, fazendo as escolhas corretas, sabíamos que poderíamos superar qualquer dificuldade juntos — recordou André Heller.
Quem mobilizou os ex-atletas e organizou o encontro foi Gilson Bernardo. Aos 54 anos, ele ainda mostrou em quadra a sua capacidade de atacar com muita força, movimentos que o tornaram conhecido como "Mão de Pilão".
— Todo mundo estava gritando de dor antes de vir jogar, mas conseguimos, com espaço de tempo, organizar esse encontro lendário — disse Gilson.
Presente na seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, ele também conquistou a Liga Mundial e o Sul-Americano. Para Gilson, o segredo do time da Ulbra era a capacidade de superação, já que encarava adversários de maior poderio financeiro e reforços estrangeiros.
— Investimento normalmente traz resultado, mas em alguns momentos, com superação, tudo pode ser diferente — destacou.
Foram 21 ex-atletas presentes no reencontro, divididos em equipe Azul e Vermelha. Eles fizeram parte de três gerações da Ulbra. O time que conseguiu classificação para a Liga B, o que ascendeu para a Superliga e o que conquistou a competição em três vezes.
O momento de maior vibração ocorreu quando Gilson, do Azul, foi para o saque. Suas pancadas deram muito trabalho para os vermelhos de André Heller e garantiam ao time seis pontos em sequência.
A Ulbra Canoas investiu forte no esporte e conquistou três títulos da Superliga para o Rio Grande do Sul em 1998, 1999 e 2003. As duas primeiras foram com o técnico Jorginho Schmidt, que se transferiu para Canoas em 1997 e levou a equipe às conquistas seguidas da Superliga. Elogiado por montar grandes elencos, Jorginho quem trouxe atletas como Gilson "Mão de Pilão" e André Heller.
Em 2003, a Ulbra conquistou o tri na Superliga com Fronckowiak como técnico, contando com atletas consagrados, como o campeão olímpico em Barcelona 1992, Marcelo Negrão, e o levantador Ricardinho, campeão olímpico em Atenas 2004.