No final da tarde de domingo, já saberemos quais serão os integrantes do Gauchão 2023. Avenida ou Passo Fundo, Lajeadense ou Esportivo.
Os vencedores destes confrontos das semifinais da Série A-2 garantem as duas vagas na elite do Estadual na próxima temporada. As partidas começam às 15h em duas cidades vizinhas: Santa Cruz do Sul (Estádio dos Eucaliptos) e Lajeado (Arena Alviazul). A seguir, veja como chegam os quatro concorrentes.
Lajeadense x Esportivo
- 15h - Arena Alviazul (ida 0x1)
- Lajeadense: Igor; Marlon, Dadalt, Iago e Alan Bald; Renan, Menezes e Marquinhos; Ruan (Luca), Dal Pian e Ariel. Técnico: Gelson Conte
- Esportivo: Copetti; Márcio Lima, Cleiton, Tairone e Magal; André Oliveira, Fabrício Lusa, Hippolito e Cris Magno; Joãozinho e David Batista. Técnico: Carlos Moraes
- Arbitragem: Érico Andrade de Carvalho, auxiliado por Tiago Augusto Kappes Diel e Gustavo Marin Schier. Quarto árbitro: Marcelo Cavalheiro Pereira
Força da torcida e da família em Lajeado
O Lajeadense tem duas armas para tentar reverter a desvantagem do jogo de ida, quando perdeu para o Esportivo por 1 a 0 em Bento Gonçalves. Uma é a torcida. Depois de mais de 400 torcedores se deslocarem até a Serra no final de semana passado, a expectativa para domingo é de que a Arena Alviazul receba o maior público de sua história. O ambiente na cidade é de total confiança de que é possível dar a volta. Para avançar no tempo normal, a equipe precisa ganhar por dois ou mais gols de diferença. Vitória por um leva a decisão para os pênaltis. Os demais resultados classificam os visitantes.
A segunda arma é a família. Mais especificamente, os Giovanella. O presidente do clube é Everton, ex-meia que marcou época no Celta de Vigo e jogou no Inter em 1991 (quando saiu do Lajeadense ao lado do atual técnico, Gelson Conte). Ele, por si só, já é filho de Hélio Giovanella, presidente do clube por meia década. E é pai de Luca, atual centroavante da equipe e uma das esperanças de gols que a equipe precisa para avançar à decisão. E, por consequência, ao Gauchão.
Sigilo total em Bento
O Esportivo adotou uma tática de guerra para as semifinais. Desde que confirmou a vaga, o clube baixou um decreto avisando que jogadores e comissão técnica não concederiam entrevistas antes das partidas. Na queda de braço entre promover o jogo e evitar alguma declaração desastrada, prevaleceu o silêncio.
Mas mesmo com essa norma, algumas informações apareceram. O técnico Carlos Moraes terá um retorno importante para o confronto. O centroavante David Batista cumpriu suspensão na partida em Bento Gonçalves e deve ser titular no lugar de João Pedro. O atacante Marcos Paulo continua em recuperação no departamento médico, e o possível substituto, Pepeto, ainda é dúvida. Assim, a tendência é a utilização de Joãozinho.
A campanha do Esportivo na competição teve, até o momento, 17 jogos, com seis vitórias, 10 empates e somente uma derrota. Foram 17 gols marcados e 12 sofridos. Um empate contra o Lajeadense garante o retorno à elite do Gauchão.
Avenida x Passo Fundo
- 15h - Estádio dos Eucaliptos (ida 0x0)
- Avenida: Rodrigo; Lucas, Micael, Leonardo e Matheus Santos; Jhonata, Rafael Carrilho, Xandy, Raphael Soares e Arisson; Tadeu. Técnico: Marcio Nunes
- Passo Fundo: Allan; Mateus Pivô, Breno, Paulinho e Wendel; Romeu Martins, Willian e Diogo Oliveira; PH, Victor Sapo e Wilson Jr. Técnico: Marcelo Caranhato
- Arbitragem: Rafael Rodrigo Klein, auxiliado por Mateus Olivério Rocha e Luiza Naujorks Reis. Quarto Árbitro: Joseph Ribeiro Lopes
Avenida busca o quinto acesso
O Avenida é um especialista em Série A-2. A equipe de Santa Cruz do Sul pode conquistar seu quinto acesso ao Gauchão no Século 21. Subiu em 2008 (vice), 2011 (campeão), 2014 (vice) e 2017 (vice). Foi rebaixado da Primeira Divisão em 2019, não teve o campeonato em 2020 devido à pandemia e, no ano passado, foi até a semifinal. Para dar o salto e retornar à elite, aposta na defesa.
O time comandado pelo técnico Marcio Nunes, um ex-zagueiro de prestígio no Interior, tem a defesa menos vazada da competição, com apenas nove gols sofridos. Os números melhoraram a partir da presença do goleiro Rodrigo, apelido Mamá, que só buscou cinco vezes a bola em sua meta. Se não tiver as redes balançadas neste domingo, garante, no mínimo, disputa de pênaltis — uma de suas especialidades (foi o herói da classificação ao defender as cobranças do Veranópolis).
Como o primeiro jogo foi 0 a 0, ninguém tem vantagem. Para voltar ao Gauchão, Avenida e Passo Fundo precisarão vencer. O aliado da equipe de Santa Cruz do Sul estará do lado de fora. A direção espera casa cheia nos Eucaliptos.
Passo Fundo é um leão fora de casa
Se o Passo Fundo conseguir a classificação para a decisão da Série A-2 (e o acesso ao Gauchão), terá um dado para virar slogan da campanha. A vaga terá chegado ao time do Norte do Estado sem que tenha vencido nem sequer uma partida dentro do Vermelhão da Serra. Em casa, o Passo Fundo ou empatou ou perdeu. Mas fora, o time cresce. As cinco vitórias foram todas obtidas como visitante.
Não dá para dizer que é algo com a cidade. Porque foi justamente em Passo Fundo a vitória considerada mais importante da equipe de Marcelo Caranhato. No clássico com o Gaúcho, seu time venceu por 1 a 0, deu o salto na tabela que precisava, entrou na zona de classificação e se encaminhou para os mata-matas. Levou até o troféu alusivo ao aniversário da cidade.
— O clássico foi fundamental para que entrássemos entre os classificados. Mas os 12 jogos de invencibilidade que tivemos na competição também ajudaram — resumiu o treinador.
O Passo Fundo foi rebaixado em 2017 e desde então luta para retornar ao Gauchão. A campanha atual contrasta com a de 2021, quando esteve próximo até de cair para a Terceirona.