O ex-jogador de basquete da Seleção Brasileira Oscar Schmidt, 64 anos, revelou que realizou sua última sessão de quimioterapia no mês passado. O "Mão Santa" estava em constante tratamento há 11 anos, após ser diagnosticado com um tumor cerebral.
O maior cestinha da história dos Jogos Olímpicos afirmou que a decisão de parar com o procedimento ocorreu em conjunto com o seu oncologista:
— O doutor já tinha falado há alguns anos que estava pensando em parar. Eu falei: "Você quer me matar, doutor?". Mas agora eu mesmo resolvi parar. A quimioterapia que eu fazia era pesada, eu ficava muito cansado. Também fiz um mês de radioterapia. Espero que eu esteja livre agora. Acho que me curei. O importante é achar que curou — disse ao Uol.
Apesar da interrupção do tratamento, os cuidados ainda devem continuar. Oscar vai continuar realizando exames periódicos e isso não é um peso para ele, já que passou tanto tempo fazendo procedimentos rigorosos.
Ele diz encarar, até hoje, a doença sem medo de uma possível morte, em decorrência do câncer. Segundo o ex-jogador olímpico, esse jeito de lidar com o problema tranquilizou tanto a ele próprio, mas também sua família.
Daqui para frente
As dores nos joelhos não impedem Oscar de ficar tranquilo que o câncer ficou no passado. O ex-atleta quer seguir com uma vida mais pacata, ao lado da esposa e filhos.
Oscar é pai de Felipe e Stephanie, frutos de sua relação com Maria Cristina. Os irmãos são vizinhos em um condomínio próximo ao dos pais e buscam estar sempre por perto para ajudar em determinadas situações. Inclusive nas palestras que o pai costuma realizar.
Palestras
O ex-atleta se transformou em um palestrante motivacional. Desde sua busca pela carreira como atleta, que sucessivamente se tornou realidade, até sua aposentadoria, descoberta da doença e, agora, fim do tratamento de quimioterapia, Oscar relata ao público suas ações, emoções, dificuldades e acertos durante sua trajetória pessoal e também pública.
Ao todo, Oscar soma cinco prêmios. Ele até pensou que talvez tivesse que deixar este sonho de lado por conta da pandemia de covid-19, mas conseguiu dar um jeito.
— Primeiro a pandemia me deu uma quebrada. Se eu não tivesse uns apartamentos alugados, não sei como eu ia fazer. Vivi do aluguel mesmo. Cortei vários gastos e a gente conseguiu sobreviver bem. Só bem para frente que eu descobri um jeito de fazer palestras daqui. Inventei uma palestra online. Essa foi uma salvação. A vida mudou para melhor. Não dava para cobrar o que eu cobrava presencial, mas entrava um dinheiro para o mês. Foi assim que eu passei a pandemia — contou.
Conquistas no basquete
O ex-atleta levou a Seleção Brasileira às conquistas do Pan-Americano de 1987, em Indianápolis, nos Estados Unidos e ao Sul-Americano, de 1983. Mas os maiores títulos foram as Olimpíadas de 1988, 1992 e 1996, em Seul, Barcelona e Atlanta, respectivamente.
Além de levar o Brasil ao título máximo dos Jogos Olímpicos na categoria em três oportunidades, Oscar ainda representou o país na vitória no Mundial de 1990, na Argentina.
A Seleção Brasileira também conquistou cinco vezes a Copa América de Basquete. Todos esses títulos são apenas alguns da vasta carreira de Oscar. No Brasil, ele atuou no Corinthians, Barueri, Sírio e Flamengo.