O técnico da seleção da Argentina, Lionel Scaloni, negou categoricamente que sua equipe seja o principal favorito ao título da Copa do Mundo do Catar-2022, após vencer a Itália por 3 a 0 nesta quarta-feira (1) na Finalíssima, em Londres.
"Não", respondeu sem rodeios quando um jornalista polonês lhe perguntou na entrevista coletiva após o jogo se o título da Copa América 2021 e o triunfo nesta Finalíssima, duelo entre os campeões da Europa e da América do Sul, coloca a Argentina na 'pole position' entre os candidatos ao título mundial.
— Não somos nem mais nem menos candidatos do que os outros por termos conquistado isto. Somos uma boa equipe que vai competir, e uma Copa do Mundo é outra coisa — acrescentou.
A Argentina também superou nesta quarta-feira em Wembley sua sequência de jogos consecutivos sem perder, que subiu para 32, algo que não havia alcançado até agora em toda a sua história.
— A seleção argentina precisa de tranquilidade, que tudo que cerca os jogadores vá na mesma direção. Quando você consegue isso, fica muito fácil — disse o técnico da Albiceleste.
Em relação à partida contra a Itália, ele se mostrou satisfeito com o jogo, mas ressaltou que há questões a serem corrigidas.
— Hoje, em alguns momentos, foi um bom jogo. No primeiro tempo houve momentos em que poderíamos ter sido melhores. Eles têm uma tradição enorme e nos colocaram em dificuldades. O resto do jogo, em geral, foi bom — avaliou.
— Continuamos a amadurecer e isso é o importante, contra um grande adversário, que é um dos melhores. Fizemos um bom jogo, em que sofremos em alguns momentos, o que era de se esperar, mas fizemos o que havíamos pensado e deu tudo certo — festejou.
A Argentina venceu com gols de Lautaro Martínez (minuto 28), Ángel Di María (45+1) e Paulo Dybala nos acréscimos (90+4).
Scaloni também comemorou o enorme apoio que sua equipe tem, como ficou evidente com a presença massiva de torcedores nas arquibancadas de Wembley, que ficaram cobertas com as cores 'albiceleste'.
— As pessoas estão felizes e puderam ver a seleção jogar. Estou feliz, especialmente pelas pessoas que moram aqui (na Europa), que têm menos oportunidades de nos ver. Também me deixa feliz que minha família tenha vindo nos assistir — afirmou.
Sobre seu ciclo na seleção, desde que começou como técnico interino em 2018, ele disse que a "reconstrução" foi traçada como meta após a decepção da Copa do Mundo na Rússia, na qual a Argentina caiu nas oitavas de final (4-3 contra a França), o que causou a demissão de Jorge Sampaoli.
— Nós estabelecemos o objetivo de voltar às origens, jogar com esta camisa como se a única coisa que importasse fosse nossa família e as pessoas. Foi fácil, os jogadores entenderam. É mérito deles — disse o treinador.
* AFP