O Fluminense foi melhor nos 180 minutos, venceu o Flamengo por 3 a 1 no placar agregado (2 a 0 na ida e 1 a 1 na volta) e acabou conquistando o título do Campeonato Carioca no último domingo. O resultado foi especial por inúmeros motivos e para um jogador teve um sabor diferente. Ex-jogador do Inter, o volante Nonato falou, após o clássico, que estava "engasgado" com o Rubro-Negro após a perda do Brasileirão na última temporada.
Estava entalado com esses caras desde a final do Brasileiro com o Inter no ano passado. Falei com o Abel (Braga) depois que senti que a gente merecia. Não só por mim e por ele, mas por essa coisa que estava engasgada, pelo Fluminense, por ser um estádio como o Maracanã. É fora de série. Ser campeão com a minha família aqui não tem preço que pague. Eles são minha torcida desde moleque — disse o jogador ao canal do Casimito, na Twitch.
— Na reta final do jogo, Fred entrou em campo aos 34 e precisou de 10 minutos para ser expulso após confusão com Bruno Henrique, do Fla. Na saída do campo, integrantes da comissão técnica dos times e os próprios jogadores entraram no empurra-empurra. Torcedores também arremessaram copos. Nonato falou sobre o momento e exaltou o capitão tricolor.
— Sei a mesma coisa que você (risos). Ele é um fenômeno. No outro jogo arrumou uma confusão, sofreu falta e gol nosso. Nem falei com ele direito, estava com os filhos e a esposa. Depois vou ver o que aconteceu, quando fui ver ele estava brigando. Eu estava no meio, não quer dizer que eu entendi, estava no meio para proteger os caras — afirmou.
— Ele é um dos caras que mais merece esse título, se não for o que mais merece. É a cara do Fluminense. O que ficará eternamente gravado é a forma como ele entrou no segundo jogo da semifinal contra o Botafogo, a gente sofreu o segundo gol e era nítido que era a única pessoa que entrou pilhado. A gente estava em um momento de queda de rendimento e ele deu uma luz. O Fred é a cara do Fluminense. O que ele fez de se superar na adversidade, puxou a gente para cima e nos fez ser campeão — completou.
O título também foi especial para Abel Braga, que conquistou também os títulos em 2005 e 2012 pelo Fluminense. Nonato exaltou o treinador e falou sobre a importância do trabalho.
— Eu já tive a oportunidade de trabalhar com o Abel no Inter. É um cara que tem muito o respeito da galera. Você compra o que ele faz. Ele é muito criticado. Tem uma idade avançada, então a galera julga. Sabemos como é o futebol, ainda mais no Brasil. Ele é um cara que vai fazer o que der na cabeça, tem as convicções dele, a gente respeita. Fazemos por ele, porque é um cara vencedor. Quando você tem um cara vencedor te dirigindo não pensa duas vezes para fazer o que ele pede. Ganhar esse título junto dele é especial. É uma lenda do futebol, onde passou venceu. Isso ninguém pode falar, sempre vão criticar tática ou técnica. É um cara que nasceu para vencer — exaltou.
O Fluminense aprendeu a lição na final do Estadual depois de uma eliminação na terceira fase da Libertadores e de quase ser eliminado na semifinal do Carioca. Diferentemente do que fez contra Olimpia (PAR) e Botafogo, o Flu soube jogar de forma confortável com a vantagem de 2 a 0 conquistada na ida.
— Às vezes a vida ensina de um jeito mais difícil. Aprendemos. Não precisa conversar para saber que estávamos errados naqueles jogos. A vida ensinou do jeito mais difícil. Usamos isso na final. A torcida tem que entender que nem sempre a gente vai ganhar, ficamos chateados, mas às vezes as derrotas nos ensinam. Foi como a gente aprendeu. Se não tivesse acontecido o que aconteceu... são tantas variáveis. Mas aprendemos e o título está nas Laranjeiras — concluiu.
Agora, fica ao Fluminense a missão de mostrar que não é apenas em finais que se pode dar tudo. Com um 2022 lotado de competições e uma ambição de conquistar mais títulos e posições altas nos torneios, o Tricolor já vira a chave a partir desta segunda-feira para o início na Copa Sul-Americana na próxima quarta-feira, contra o Oriente Petrolero (BOL), e no sábado pelo Campeonato Brasileiro diante do Santos.