O Brasil comprovou mais uma vez que está muito acima dos demais adversários sul-americanos. Depois de estrear na Copa América com vitória por 3 a 0 sobre a Venezuela, a Seleção goleou o Peru por 4 a 0, no Engenhão, na noite desta quinta-feira (17), pela segunda rodada da fase de grupos.
Assim, o time que lidera as Eliminatórias para a Copa do Mundo sem ter perdido uma única partida, chegou aos 100% de aproveitamento também no torneio continental. Diante desta superioridade, o técnico Tite se esforçou para elogiar os atuais adversários, mas não escondeu que gostaria de encarar rivais da Europa.
— Nós queríamos (enfrentar) a seleção da Espanha, de Portugal e todas europeias se o calendário nos proporcionasse. Ficamos pensando em uma situação imaginária, mas a real é outra. A nossa preparação agora é a melhor possível. O Peru fez grandes jogos na Copa do Mundo. Foi finalista na última Copa América. O pessoal fica desvalorizando os nossos confrontos, mas temos a Argentina, de Messi, Lautaro e companhia. Temos a Colômbia de Sánchez, Mina e Cuadrado. Temos o Uruguai de Suárez, Cavani e Godín. O Peru perdeu para a França por 1 a 0 na Copa. Gostaríamos de ter um calendário para jogar contra equipes europeias, mas... — sinalizou o treinador.
O comandante brasileiro também freou a euforia em relação a Neymar. Depois de balançar as redes peruanos, o camisa 10 chegou aos 77 gols com a camisa da Seleção, aparecendo a nove de Pelé.
— Eu não sei onde o Neymar pode chegar. Torço muito para que ele tenha sempre saúde, não se machuque. Estamos conseguindo dar uma liberdade criativa e ele tem dado uma parcela importante, principalmente no “perde-pressiona”. Nós demos uma área maior de ação a ele, para que use todo seu talento nas jogadas criativas de assistência ou em jogadas individuais. Mas, antes desta individualidade ser colocada, tem o conjunto que abastece o Neymar. Aqueles jogadores de trás, que proporcionam e criam a jogada de transição, merecem este destaque — sinalizou Tite, explicando a nova função atribuída à sua principal estrela, que atuou solto pelo meio.
Quem ganhou elogios do chefe foi Éverton Ribeiro. Questionado se o atleta do Flamengo potencializava Neymar, ele respondeu de maneira seca: “sim”. Mas, ao comentar a atuação apática do primeiro tempo, deixou transparecer sua admiração pelo meio-campista.
— O primeiro tempo não foi o que prevíamos. Tanto na articulação como na marcação pressão na saída de bola do adversário. Então, ficou abaixo. Por alguns motivos. Pela qualidade do Peru, pela intensidade na marcação, mas conseguimos ajustar melhor. Na saída de bola, tivemos alguns passes nervosos, que é próprio de uma equipe muito modificada. Depois que entrou o Éverton Ribeiro, começamos a potencializar de uma forma mais harmoniosa — concluiu ele.
De folga na terceira rodada, Tite poderá descansar o seu grupo de jogadores. O próximo compromisso da Seleção Brasileira pela Copa América ocorre somente na próxima quarta-feira (23), quando encara a Colômbia, novamente no Engenhão, encerrando sua participação na fase classificatória.