Uma das principais jogadoras do circuito mundial de tênis, a japonesa Naomi Osaka está fora do Aberto de Tênis da França, em Roland Garros. O anúncio foi feito pela própria jogadora nesta tarde de segunda-feira (31).
Depois de estrear com vitória no Grand Slam francês, a atual número dois do mundo se viu envolvida em um polêmica com os organizadores. Ela foi multada em 15 mil dólares (R$ 75 mil), por não conceder a tradicional entrevista coletiva após a partida.
Em suas redes sociais, ainda no domingo, Osaka se manifestou contrária aos acontecimentos e apontou que não mudaria sua postura, mesmo ameaçada de receber novas sanções, incluindo uma eliminação sumária do torneio.
— Mundaça deixa as pessoas desconfortáveis. Raiva a é falta de compreensão. Mudança deixa as pessoas desconfortáveis. —escreveu a vencedora de quatro Grand Slams em sua conta no Twitter. .
Durante a última semana, Naomi Osaka já tinha se mostrado disposta a não participar das entrevistas coletivas, que são obrigatórias de acordo com as regras do torneio, alegando estar preocupada com a "saúde mental dos atletas".
Nesta segunda, mais uma vez em suas redes sociais, a tenista japonesa de 23 anos revelou sofrer de depressão desde o título do Aberto dos EUA de 2018 e afirmou que ficará algum tempo longe das quadras, desistindo de seguir em Roland Garros.
— Acho que a melhor coisa a fazer é desistir do torneio, assim todo mundo pode voltar a focar no tênis. Eu nunca quis ser uma distração e aceito que a minha mensagem poderia ter sido mais clara. Mais importante, eu nunca exagerei em usar termo "saúde mental". A verdade é que eu tenho sofrido com longas crises de depressão desde o US Open de 2018 e eu tive muita dificuldade para lidar com isso. Todo mundo sabe que eu sou introvertida e qualquer pessoa que me veja em um torneio vai notar que muitas vezes eu ando com fones de ouvido e isso me ajuda a lidar com a ansiedade —escreveu Osaka, que ainda disse que espera poder voltar ao circuito em breve e discutir com os dirigentes as regras a fim de tornar o ambiente mais saudável.
Confira a íntegra da publicação de Naomi Osaka:
"Acho que a melhor coisa a fazer é desistir do torneio, assim todo mundo pode voltar a focar no tênis. Eu nunca quis ser uma distração e aceito que a minha mensagem poderia ter sido mais clara. Mais importante, eu nunca exagerei em usar termo 'saúde mental'. A verdade é que eu tenho sofrido com longas crises de depressão desde o US Open de 2018 e eu tive muita dificuldade para lidar com isso.
Todo mundo sabe que eu sou introvertida e qualquer pessoa que me veja em um torneio vai notar que muitas vezes eu ando com fones de ouvido e isso me ajuda a lidar com a ansiedade.
Os jornalistas que cobrem tênis sempre foram educados comigo, e eu gostaria de pedir desculpas a todos os bons jornalistas que eu possa ter machucado. Eu não sou uma pessoa que gosta de falar em público e e fico muito ansiosa quando tenho que falar com a imprensa internacional. Eu fico muito nervosa e estressada enquanto tento dar as melhores respostas possíveis.
Então aqui em Paris, eu estava me sentindo muito ansiosa e vulnerável, e pensei que a melhor forma de cuidar de mim seria não participar das entrevistas coletivas. Eu anunciei isso com antecedência, porque acredito que as regras estão datadas e que precisamos chamar atenção para isso.
De forma particular, eu pedo desculpas para a organização do torneio e disse que gostaria de conversar com eles depois do torneio, já que o ambiente dos Grand Slam é muito intenso.
Vou passar um tempo fora das quadras agora, mas quando for a hora certa, eu gostaria de discutir maneiras de tornar as coisas melhores para as jogadores, para e imprensa para os fãs. Espero que todos estejam bem, e seguros. Amo a todos vocês"