O Manchester City deu um passo importante para disputar sua primeira final da Liga dos Campeões nesta quarta-feira (28) ao vencer no Parque dos Príncipes por 2 a 1 o Paris Saint-Germain, que terminou com dez jogadores devido à expulsão de Idrissa Gueye, aos 33 do segundo tempo no jogo de ida das semifinais.
O capitão brasileiro Marquinhos colocou os donos da casa na frente aos 15 minutos do primeiro tempo, aproveitando escanteio cobrado por Di María, mas o City virou na segunda etapa com gols do belga Kevin de Bruyne, aos 19, após uma tentativa de cruzamento em que o goleiro Keylor Navasa acabou falhando, e do argelino Riyad Mahrez, aos 26, que cobrou falta e viu a barreira abrir para que a bola passasse.
No segundo tempo fomos mais agressivos sem bola, mais intensos, e foi assim que conseguimos ter a bola e marcamos os gols necessários para voltar para Manchester com um bom resultado — disse o técnico do City, Pep Guardiola, após a partida.
Já o treinador do PSG, o argentino Mauricio Pochettino, buscou motivar seus jogadores, após um jogo que, segundo ele, foi decidido "nos detalhes".
— Temos que acreditar, porque se não será difícil chegar lá (na Inglaterra) e lutar por uma vaga na final — explicou em entrevista à RMC Sport.
Em uma noite chuvosa e sem público devido à pandemia, o duelo entre dois novos poderosos em busca de sua primeira taça 'Orelhuda' começou com o PSG confiante e com um futebol vistoso, surpreendendo o City que não brilhou no início, mas que acabou levando os três pontos da capital francesa.
No primeiro tempo, o PSG, que entrou em campo com todos seus titulares, conseguiu mostrar duas versões: uma equipe aplicada na pressão e certeira no contra-ataque e outra que não se importava em tomar a iniciativa no jogo quando as circunstâncias exigiam.
O City, habituado a ter a posse de bola com mão de ferro, se surpreendeu diante deste PSG versátil, solidário e bem montado. Logo as chances começaram a aparecer. Aos dois minutos uma bola roubada de Rodri por Ángel Di María foi conduzida por Kylian Mbappé que tocou para Neymar chutar.
O astro brasileiro se soltou definitivamente aos 13 minutos, quando tabelou na área e depois de uma corrida deu um chute que seu compatriota Ederson defendeu.
Finalmente, aos 15 minutos, o capitão Marquinhos, que voltou de uma lesão sofrida contra o Bayern de Munique, abriu o placar ao desviar de cabeça um escanteio bem cobrado por Di María.
Foi o terceiro gol em nove jogos da Liga dos Campeões nesta temporada do zagueiro brasileiro. Di María, que mostrou que está em forma tanto na parte física quanto técnica aos 33 anos, deu sua quinta assistência nesta edição do torneio continental.
Somente erros na saída de bola levaram aos únicos dois sustos sofridos pelo PSG no primeiro tempo. Primeiro Leandro Paredes, em um lance acrobático, evitou a cabeçada de Bernardo Silva aos 32 e depois Keylor Navas se manteve firme contra Phil Foden que disparou sozinho aos 42 minutos.
O roteiro mudou radicalmente no segundo tempo com o City cercando o PSG, aplicado na defesa, deixando de lado a construção do jogo, mas atento a qualquer contra-ataque. Assim veio um excelente passe de Mbappé que Marco Verratti não conseguiu alcançar por questão de centímetros na boca do gol. Foi a última grande chance do time da casa.
Inevitavelmente, o domínio dos Citizens acabou se traduzindo em chances de gol, como a bomba de Kevin de Bruyne por cima do travessão aos 15 minutos. Aos 19, o time inglês foi premiado. O meia belga tentou um cruzamento envenenado que acabou entrando no gol de Navas. O costarriquenho ficou esperando um desvio e acabou vendo a bola indo para o fundo da rede.
Ainda de fora da área, desta vez em uma cobrança de falta de Mahrez em que a bola passou por uma brecha na barreira, o City conseguiu a virada.
Restavam cerca de 20 minutos para o final do jogo e o PSG deu sinais de desespero, como quando Neymar deu um chute sem bola em Rúben Dias que acabou lhe custando um cartão amarelo aos 29, Quatro minutos depois, a situação do gigante francês se complicou ainda mais com a expulsão do ganês Gueye, que recebeu um segundo amarelo após uma entrada muito dura em Ilkay Gundogan.
Na reta final, os dois times se anularam e deixaram tudo em aberto para o jogo de volta da próxima terça-feira em Manchester, mas com uma boa vantagem para o City.
— É verdade que recuamos muito no segundo tempo. O Manchester City foi mais agressivo, acho que essa foi a dificuldade. Para o próximo jogo devemos ser mais regulares nos dois tempos — disse Marquinhos.
Para Kevin de Bruyne, nada está decidido.
— Sabemos que isso não acabou, conhecemos as qualidades do PSG, será muito difícil na próxima semana, mas tenho confiança na minha equipe para fazermos o nosso jogo — disse o craque belga.
* AFP