Diego Armando Maradona ficou marcado por frases marcantes ao longo de sua vida. Em muitas, há fortes indícios das dores e dos fantasmas que o cercavam e que o levaram a sucumbir diante das drogas. Ao mesmo tempo, Maradona sempre marcou posição, ao contrário de outros esportistas assépticos.
Já em 1986, por exemplo, criticava ferozmente os dirigentes da Fifa que marcavam jogos para o meio-dia, no México, sob sol escaldante. Maradona não fazia questão de compor com o poder. E, certo ou errado, bancava as suas posições políticas até o fim, ainda que parecesse contraditório em alguns casos. Veja abaixo uma seleção de frases públicas de Maradona à imprensa reunidas no livro Diego Dijo - As Melhores 1.000 frases de toda a carreira do 10, publicado por Marcelo Gantman e Andrés Burgo em 2005. Em algumas frases há o registro do ano em que foram ditas, em outras, não.
Vida e morte
"Tampouco morto eu encontrarei a paz. Me utilizam em vida e encontrarão um modo de fazer o mesmo estando morto" (1996)
"De uma patada fui de Fiorito (vila onde cresceu) ao topo do mundo, e lá tive de me ajeitar sozinho" (2000)
"Se morrer, quero voltar a nascer e quero ser jogador de futebol. E quero voltar a ser Diego Maradona. Sou um jogador que deu alegria ao povo e isso me basta e me sobra".
Tudo o que eu fiz foi com dinheiro que ganhei de forma limpa. Por outro lado, sim sou contraditório, ok. E a história argentina é o quê?"
"Não sou um exemplo, mas uma referência" (1997)
"Não tenho estímulos para viver" (1994)
"San Martin (herói da independência da Argentina) teve de ir morrer fora, mas eu quero morrer no meu país" (1996)
Família e sociedade
"Me dei conta muito tempo depois que as dores de barriga da minha mãe eram porque ela não comia para deixar para nós" (2003)
"O único que quero é que meu pai não trabalhe mais" (1976)
"Pressão sofre a pessoa que levanta às 5h da manhã para ir trabalhar e ganhar 10 pesos. Não nós jogadores, que andamos de BMW ou Merdcedez Benz" (1996)
Pelé e Fifa
"Pelé é o maior de todos os tempos" (1979)
"Pelé era meu ídolo como jogador de futebol, mas como comentarista tem mais problemas que eu dentro da cabeça" (1982)
"Pelé é uma marionete da Fifa e mensageiro de Havelange (João Havelange, então presidente da Fifa)" (1994)
"Se eu morrer e no céu puder jogar futebol, não gostaria de jogar com Pelé" (2000)
"Eu admito minha doença, mas os da Fifa têm outra: choreo e vergonha. São viciados al choreo" (2000)
"Havelange jogava polo aquático. Não sabe nada de futebol"
"Havelange vende as balas para um e os rifles para outro"
"O site do Havelange teria que se chamar ladrão.com" (1998)
Gol de mão
"Vou te contar um segredo Shilton (Peter Shilton, goleiro da Inglaterra na Copa de 1986): foi com a mão" (1998)
"Peço desculpas aos ingleses, de verdade, mas voltaria a fazer o mesmo mil vezes" (1998)
Macri
"Macri (Mauricio Macri, então presidente do Boca e futuro presidente da Argentina) é um filho de papai" (1998)
"Eu teria vergonha se meu pai me desse a presidência do Boca de presente" (1999)
Drogas
"Me drogo, mas não vendo cocaína"
"A primeira vez que tomei drogas foi em 1982, na Europa, e fiz para me sentir vivo (1996)¶
"Na luta contra a droga parece que se luta contra um fantasma" (1997)
Política
"Nas Malvinas (Guerra das Malvinas, contra os ingleses) não tínhamos nem canhões de chocolate"
"Os milicos nos fizeram dormir uma sesta e saíram a caçar (sobre a ditadura militar na Argentina)" (2000)
Tenho uma vantagem sobre os políticos. Eles são públicos, eu sou popular" (1996)
"Nunca vou perdoar Menem (Carlos Menem, então presidente argentino) pelo indulto. Estou até a morte com as mães desses garotos desaparecidos " (2000)
"Tenho orgulho de ser amigo de Fidel. Não sou comunista, sou fidelista". (2000)
"Na Argentina, quem não tem dinheiro, morre. Em Cuba, não"