Semana passada, o prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, deu declaração forte sobre a possibilidade de retomada do futebol na capital mineira. No dia em que a Federação Mineira de Futebol (FMF) se reuniu com as autoridades para tratar do tema, o ex-dirigente disse que "pensar em futebol agora é coisa de débil mental".
Em entrevista ao programa Domingo Esporte Show, da Rádio Gaúcha, que irá ao ar neste domingo (10), Kalil afirmou desconhecer a situação de Porto Alegre e preferiu não comentar a volta da dupla Gre-Nal aos treinamentos.
— Não julgo ninguém por nada. Aqui em Belo Horizonte o futebol não vai retornar. O Supremo Tribunal Federal decidiu que isso é determinação dos prefeitos. Cada prefeito tem a sua cabeça. Eu fiz muitos amigos no Grêmio e no Inter, mas não julgo ninguém. Eu não sei a situação de Porto Alegre. Agora, no Independência e no Mineirão não terá futebol — afirmou.
Kalil era comandante do Atlético-MG na principal conquista da equipe mineira, a Libertadores de 2013. Com a experiência de presidir um clube grande, ele compreende as dificuldades enfrentados neste momento. No entanto, ressalta que apressar o reinício das atividades não é uma boa solução.
— O que eu defendo é que haja uma reunião entre a CBF, clubes, televisão, para se traçar uma estratégia, pois está todo mundo perdendo. Está todo mundo na mesma. Vamos buscar uma solução, uma medida para acabar com isso. Mesmo em um jogo sem público, como um técnico como o Felipão, dando exemplo de alguém da minha idade, vai entrar no vestiário com 20 pessoas assintomáticas? Que futebol é esse? — destacou.
Kalil lembra que a maior parte das capitais brasileiras recém está entrando no pico da propagação do coronavírus. Ele reforça que futebol está longe do retorno em Belo Horizonte. Além disso, destaca que caso os Estaduais não possam ser concluídos, não haveria tanto prejuízo.
— Eu continuo defendendo que pensar em futebol agora é coisa de ignorante, de débil mental. Pensar em futebol onde estão colocando corpos em refrigerador é coisa de débil mental. O momento é difícil, eu sei. Estamos falando de esperar alguns meses. Se não tiver campeonato regional, não vai matar ninguém. Ninguém vai morrer em 2020 se não tivermos um campeão estadual — finalizou.