O meia-atacante da Juventus e da Seleção Brasileira, Douglas Costa, 29 anos, revelou que já questionou a continuidade de própria carreira por conta da sequência de lesões. Revelado pelo Grêmio em 2008, o canhoto afirma que encontra motivação para continuar no futebol quando lembra da “paixão antiga” e do próprio talento com a bola no pé. As declarações foram dadas ao Player’s Tribune, em entrevista que foi ao ar nesta segunda-feira (25).
— Tem momentos que você quer... "Pô, será que eu realmente devo jogar esse esporte? Porque eu jogo, machuco, jogo, machuco". E depois tu acaba olhando na TV, acaba vendo aquela paixão antiga e fala "Caraca, eu faço aquilo ali também fácil". É isso que me mantém vivo, mantém tipo: "Eu vou, porque eu tenho capacidade pra fazer essa coisa" — comenta Douglas Costa.
Na temporada de 2016/2017, já transferido do Bayern de Munique da Alemanha para a Juventus da Itália, Douglas teve duas lesões em sequência que o deixaram parado por três meses. Peça importante na Seleção e dos elencos campeões desde o Shakhtar Donetsk, primeiro time europeu dele, não consegue emplacar sequências maiores de atuações por conta dos machucados. Em 2019/2020 entrou em campo 18 vezes.
— Isso me incomoda, de fato. Você ter um potencial de ser um cara gigantesco e acaba, por culpa minha ou não, não sei te dizer hoje, não consigo estar naquele top. Isso acaba, às vezes, me incomodando — desabafa.
O jogador chegou a buscar ajuda com pessoas descritas por ele como “coach mental” para lidar com a eventual culpa sentida por sofrer lesões:
— E quando as lesões apareciam, eu ficava me perguntando: "O que eu estou fazendo de errado? Por que eu não estou rendendo, não consigo ter sequências?". Isso acabava me machucando, procurei vários tipos de ajuda.
A insistência não é mais pelo dinheiro nem pela fama, diz Douglas. O que faz ele persistir na busca pela volta dos melhores momentos em campo é a oportunidade de fazer o que sempre quis:
— Eu vou seguir porque tenho possibilidade de fazer essa coisa. Porque várias vezes quando você vai, bate, bate, bate, se machuca, você pensa 'chega, né?'. A questão não é financeira, a questão já não é mais ter o triplo de fama. É fazer aquilo que você gosta com prazer, basicamente aquilo.