O torcedor gaúcho e, sobretudo, o da capital Porto Alegre, não pode reclamar. Ao longo da história, a cidade viveu grandes espetáculos de futebol. Muitos foram protagonizados por Grêmio e Inter. Daqui saíram inúmeros craques. Aqui foram conquistados os mais variados troféus. Mas quando a dupla Gre-Nal não esteve diretamente envolvida, grandes nomes pisaram nos gramados de Eucaliptos e Beira-Rio, Olímpico e Arena.
GaúchaZH elaborou uma lista de 10 destes nomes. São jogadores estrangeiros que atuaram por aqui, mas defendendo suas seleções nacionais ou clubes de seus países. Optamos por não envolver atletas nascidos fora do Brasil que jogaram em Grêmio ou Inter. São verdadeiros craques que já têm seus nomes registrados na história do esporte mais popular do mundo. E da nossa, Porto Alegre.
1. Carbajal - goleiro (México)
Antônio Félix Carbajal Rodríguez é um dos maiores nomes do futebol mexicano. É recordista de participações em Copas do Mundo, ao lado do seu compatriota Rafa Marquez, de Buffon (Itália) e de Lothar Matthäus (Alemanha) com cinco mundiais. Jogou em 1950, 1954, 1958, 1962 e 1966. Fez duas partidas em Porto Alegre, no Estádio dos Eucaliptos, nos dias 28 de junho e dois de julho de 50, perdendo por 4 a 1 para a Iugoslávia e por 2 a 1 para a Suíça. Tem 90 anos.
2. Cubillas - meia (Peru)
Teófilo Juan Cubillas Arizaga, comandou o Peru na conquista da Copa América de 1975 e na participação de três Copas do Mundo em 1970, 1978 e em 1982. É considerado o melhor jogador do seu país e integrou a lista dos maiores jogadores da história, elaborada pela FIFA em 2004. Cubillas atuou no festival de inauguração do Estádio Beira-Rio, na noite de sete de abril de 1969, na derrota do Peru para o Brasil por 2 a 1. O time era treinado pelo brasileiro Didi e aquele jogo marcou a inauguração dos refletores da nova casa colorada. Jairzinho abriu o placar para a Seleção Brasileira enquanto Gallardo empatou. Gérson fez o gol da vitória do Brasil que era treinado por João Saldanha. Cubillas tem 71 anos.
3. Eusébio - atacante (Portugal)
Eusébio da Silva Ferreira é ainda, apesar de Cristiano Ronaldo, considerado por muitos o maior jogador português da história. Nascido em Moçambique, colônia portuguesa na África até 1975, levou Portugal ao terceiro lugar na Copa de 1966, eliminando o Brasil durante a campanha. Foi o melhor atleta da Europa e defendia o Benfica no dia seis de abril de 1969, em Porto Alegre, na partida de inauguração do Estádio Beira-Rio. Os portugueses perderam por 2 a 1, com Claudiomiro e Gilson Porto marcando para o Inter e Eusébio descontando. Morreu em janeiro de 2014, vítima de insuficiência cardíaca, aos 71 anos.
4. Maradona - meia (Argentina)
Diego Armando Maradona ganhou uma Copa do Mundo para a Argentina, em 1986. Os "hermanos" o comparam a Pelé. Sem modéstia, muitos o consideram melhor. É o maior ídolo dos argentinos mesmo com o surgimento de Lionel Messi nos últimos anos. Antes de ter tanta fama, Maradona esteve em Porto Alegre para encarar o Grêmio num amistoso diante do Argentinos Juniors, na fria noite de 26 de junho de 1980. Aos 20 anos de idade, o meia era uma promessa em afirmação. No Olímpico, foi marcado de perto por Victor Hugo e não conseguiu desenvolver seu futebol ágil e incisivo. Apesar de não ter jogado a Copa de 1978, na Argentina, Dieguito já havia sido artilheiro do campeonato nacional em 1978 e 1979. O talento do canhoto seria levado para o Boca Juniors no ano seguinte.
Do lado do Grêmio, em campo, um promissor camisa 7 chamado Renato Portaluppi. O atacante começava a figurar entre os titulares do Tricolor pela ponta direita. O então guri de 18 anos jogou os 90 minutos, mas o gol da vitória gremista foi marcado por Jorge Leandro. Atualmente, Maradona tem 59 anos, e segue envolvido com o futebol, trabalhando como técnico do Gimnasia Y Esgrima, de La Plata.
5. Matthäus - meia (Alemanha)
Lothar Herbert Matthäus está ao lado de Carbajal (México), Buffon (Itália) e Rafa Marquez (México), como jogador com mais Copas do Mundo disputadas. E é o atleta no mundo inteiro que mais partidas de mundiais disputou: 25. Comandou a Alemanha no título de 1990, na Copa da Itália e no ano seguinte foi eleito o melhor do mundo, pela FIFA - único alemão a vencer tal prêmio até hoje.
E este craque desfilou seu talento pelo gramado do Estádio Beira-Rio na tarde de 16 de dezembro de 1992. A campeã do mundo na época levava 3 a 1 do Brasil, em amistoso de encerramento da temporada. Os gols foram de Luís Henrique, Bebeto e Jorginho. A Seleção Brasileira, treinada por Carlos Alberto Parreira, tinha sete jogadores que seriam tetracampeões em 1994: Taffarel, Jorginho, Branco, Mauro Silva, Zinho, Bebeto e Romário, que entrou no segundo tempo no lugar de Careca. Além de Matthäus, hoje com 59 anos e atuando como técnico de futebol, os germânicos tiveram, entre outros, Ilgner, Kohler, Klinsmann, Sammer (autor do gol de honra) e o treinador Berti Vogts.
6. Zidane - meia (França)
Zinédine Yazid Zidane, francês de origem argelina, levou a França à sua primeira conquista mundial em 1998, justamente sobre o Brasil. 15 anos depois, já aposentado dos gramados e começando uma carreira como técnico, esteve em Porto Alegre para disputar uma partida amistosa, chamada de "Jogo contra a Pobreza". Amigos de Zidane de um lado e de Ronaldo Fenômeno de outro. Foi o segundo grande evento da Arena do Grêmio, em 19 de dezembro de 2012. O francês jogou ao lado de Victor Baía, Hierro, Sorín, Karembeu e Pauleta, entre outros. O time de Ronaldo venceu por 3 a 2. O árbitro foi o italiano Pierluigi Collina, o mesmo que apitou a final da Copa do Mundo de 2002, em Yokohama, Brasil 2 x 0 Alemanha. Aos 47 anos, Zidane, que já foi três vezes o melhor do mundo - em 1998, 2000 e 2003 -, trabalha atualmente como técnico do Real Madrid, da Espanha.
7. Robben - atacante (Holanda)
Arjen Robben parou cedo. Em 2019, ele "pendurou as chuteiras" com apenas 35 anos, devido a constantes lesões, mas antes disso brilhou nos gramados com as camisas de PSV, Chelsea, Real Madrid e Bayern de Munique. Se destacou ainda na seleção holandesa vice-campeã do mundo em 2010 na África do Sul e terceira colocada na Copa do Brasil. Em Porto Alegre, atuou no Beira-Rio na tarde de 18 de junho de 2014, participando ativamente na vitória por 3 a 2 sobre a Austrália, tendo como companheiros Sneijder e Van Persie. Foi escolhido o terceiro melhor jogador daquela Copa, atrás apenas de Messi e Müller.
8. Benzema - atacante (França)
Karim Mostafa Benzema Caires, assim como Zidane, é francês de origem argelina. Em Porto Alegre, já mostrou seu talento na Arena do Grêmio, em 2013, e no Beira-Rio, em 2014. Primeiro, em 9 de junho, se deu mal num amistoso diante do Brasil, perdendo por 3 a 0. No ano seguinte, no dia 15 de junho, a volta por cima, em jogo de Copa do Mundo, ganhando de Honduras também por 3 a 0, mas com dois gols do atacante. Em 2020, está completando 11 anos de Real Madrid. São mais de 500 partidas e 240 gols. Aos 32 anos, não fez parte do grupo francês campeão do mundo na Rússia, em 2018.
9. Neuer - goleiro (Alemanha)
Manuel Peter Neuer deu um verdadeiro show no Brasil em 2014. E a temporada que valeu o tetracampeonato do mundo à Alemanha passou por Porto Alegre, numa vitória dramática sobre a Argélia, nas oitavas de final: 2 a 1. Todos os gols foram marcados na prorrogação naquele inesquecível 30 de junho. O goleiro alemão foi eleito o melhor daquela Copa e foi escolhido o melhor do mundo da posição também em 2013, 2015 e 2016. Atualmente, com 34 anos, é titular indiscutível do Bayern de Munique e da seleção alemã.
10. Messi - meia (Argentina)
Lionel Andrés Messi Cuccittini foi eleito seis vezes o melhor jogador do mundo pela Fifa. Jogador do Barcelona desde 2000, quando chegou à Catalunha com 13 anos, também é o maior goleador da seleção argentina, com 70 gols em 138 partidas. E com a camisa "albiceleste" atuou em Porto Alegre no dia 25 de junho de 2014, pela fase de grupos da Copa Mundo. Diante da Nigéria, Messi comandou a Argentina na vitória por 3 a 2.
Foram 64 minutos de puro encantamento no Beira-Rio. Enquanto esteve em campo, Messi brindou com sua classe os mais de 42 mil torcedores presentes ao estádio. Em uma de suas melhores partidas em Copas, o craque argentino fez dois gols, um deles de falta, fez assistências e deu dribles. A histórica invasão de torcedores argentinos foi premiada com a vitória e a classificação para as oitavas de final. Em 2019, o camisa 10 atuou na Arena, na vitória da Argentina por 2 a 0 sobre o Catar, pela Copa América.