A Justiça paraguaia não aceitou a posição do Ministério Público do Paraguai de não levar adiante uma investigação sobre Ronaldinho e seu irmão Roberto de Assis, que entraram no país com documentos de identificação falsos. Após mais de cinco horas de audiência com os brasileiros nesta sexta (6), foi determinado que o caso volte para Promotoria, que poderá manter ou rever sua decisão inicial sobre o caso.
O instrumento jurídico "critério de oportunidade", presente no código penal paraguaio, havia sido usado pelo Ministério Público como embasamento para livrá-los do processo penal. Na quinta-feira, a Promotoria declarou que os brasileiros admitiram o delito, mas estariam livres do processo porque ambos teriam sido "enganados em sua boa-fé".
A possibilidade de prescindir da ação penal costuma ser adotada em casos de crimes financeiros, quando o autor admite o delito, mas não possui antecedentes criminais no país e colabora com a investigação. O juiz do caso, Mirko Valinotti, discordou de que esse critério pudesse ser utilizado no momento. Apesar disso, ele e o irmão Assis não receberam nenhuma restrição legal de deixar o país.
Por volta das 14h desta sexta, Ronaldinho e Assis saíram do hotel Yacht y Golf, na cidade Lambaré, onde estão hospedados, sob a custódia de policiais, e seguiram para o Palácio de Justiça em Assunção.
O advogado dele, Sérgio Queiroz, dizia estar confiante na audiência. "O próprio órgão acusador, o Ministério Público, já informou que o caso está resolvido. Acredito que o juiz vai somente homologar a decisão, porque não há crime nenhum por parte deles", disse.