Aos 32 anos, com duas medalhas de ouro olímpicas (Pequim 2008 e Londres 2012), uma prata e um bronze em campeonatos mundiais, cinco títulos de Grand Prix e um ouro (Guadalajara 2011) e uma prata (Rio 2007) nos Jogos Pan-Americanos, com a seleção brasileira de vôlei feminino, em um currículo repleto de muitas outras conquistas, a meio de rede Thaisa está retomando suas melhores atuações e se candidata a ser peça fundamental na busca do Brasil pelo tricampeonato olímpico em Tóquio 2020.
Depois de sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo, que teve ruptura parcial do ligamento lateral e de parte do menisco, quando atuava no Eczacibasi Vitra, da Turquia, e passar 10 meses lutando para voltar a jogar, Thaisa tem excelentes números na atual edição da Superliga feminina. O recomeço ainda foi sob desconfiança, na temporada passada, defendendo o Barueri, do técnico José Roberto Guimarães.
Para ter estabilidade no joelho, que se desloca um pouco para dentro nos movimentos de salto, a jogadora que hoje defende o Minas Tênis Clube passou a utilizar uma joelheira articulada especial, desde seu retorno às quadras.
— Foi extremamente difícil e desafiador. Tive muitos momentos de lágrimas, dúvidas, dores e dificuldades. Muitas vezes não sei de onde saiu tanta força. Foi realmente muito difícil e ainda é em alguns momentos. Nunca desisti, não dei ouvidos aos que disseram que eu não voltaria a jogar ou se voltasse não jogaria mais em alto nível. Certos comentários doíam, mas isso serviu de motivação. Falaram que eu tinha me tornado lenta, lerda, além de coisas piores. Confesso que chorei algumas vezes, mas coloquei na minha cabeça que voltaria e conseguiria por mim - falou em entrevista ao site da CBV .
Considerada uma das principais jogadoras do mundo em sua posição, Thaisa lidera as estatísticas oficiais da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) em três fundamentos: saque, bloqueio e ataque.
— O ranking não significa tanto se o desempenho não for mantido ao longo de toda a temporada. Fico feliz de ajudar, mas sei que ainda preciso trabalhar bastante e tem muita coisa para ser melhorada no dia a dia. Acredito que a fiz uma excelente pré-temporada. Cuidei muito da parte física e da alimentação, malhei todos os dias, fiz crossfit e não perdi o foco ao longo de todas as minhas férias. Trabalhei duro nesse período que seriam minhas férias e, quando isso é feito com empenho e foco, os resultados aparecem na quadra —contou a dona de cinco títulos da Superliga, três por Osasco e dois pelo Rio de Janeiro.