A paixão é recente. As conquistas ainda são poucas. Mas a esperança de que a solução em 2020 passa por eles é muito grande. Que o digam os torcedores de Inter, Avaí e Santos. O trabalho de técnicos estrangeiros no Brasil não é uma novidade. Nas décadas de 1940 e 1950, uruguaios e argentinos apareciam por aqui seguidamente. Ricardo Díez, Carlos Volante e Alfredo González foram campeões gaúchos pelo Inter. O húngaro Laszlo Szekely treinou o Grêmio em 1954.
Houve um espaçamento em investimentos deste tipo e a retomada começa no início dos anos 2000 com as chegadas do alemão Lothar Matthäus, no Athletico-PR, do chileno Roberto Rojas, no São Paulo, e dos uruguaios Daryo Pereira e Hugo de León, no Grêmio. Mas nada de títulos. As conquistas surgem com o Gauchão de Diego Aguirre pelo Inter em 2015 e, principalmente, com Jorge Jesus, campeão da Libertadores e do Brasileirão pelo Flamengo nesta temporada. O sucesso do português e também de Jorge Sampaoli no Santos, que mesmo com time limitado foi vice-campeão brasileiro, cativou boa parte da mídia nacional e de milhares de torcedores país afora pelo trabalhos dos treinadores de fora..
A equipe de Esportes de GaúchaZH elaborou um ranking dos técnicos estrangeiros com passagem pelo futebol brasileiro neste século. Os critérios são tempo de trabalho e conquistas, nos mesmos moldes da lista publicada na edição de fim de semana com os melhores 30 técnicos brasileiros deste século. O levantamento inclui também o desempenho em clubes do Exterior no período entre 2000 e 2019. Confira como os critérios e como ficou o ranking.
Critérios
- Mês trabalho: 1 ponto
- Título de Recopa estadual: 5 pontos
- Título de Copa regional e Série D: 10 pontos
- Copa Suruga (Levain) e título nacional no Exterior: 25 pontos
- Série C: 30 pontos
- Recopa Sul-Americana e título internacional no Exterior: 50 pontos
- Série B: 60 pontos
- Copa do Brasil, Sul-Americana e Mercosul: 80 pontos
- Série A: 120 pontos
- Libertadores: 150 pontos
- Mundial de Clubes: 200 pontos
- Copa América: 200 pontos
- Copa das Confederações: 250 pontos
- Olimpíada: 300 pontos
- Copa do Mundo: 500 pontos
Ranking
1º) JORGE JESUS - 856 pontos
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O português já estaria entre os estrangeiros mais pontuados a trabalharem no Brasil neste século. Mas as conquistas da Libertadores e do Brasileirão fizeram ele disparar na ponta.
- 211 pontos (meses de trabalho)
- 645 pontos (títulos)
- 3 Campeonatos Portugueses: 2010, 2014 e 2015 (Benfica)
- 9 Copas em Portugal: 2010, 2011, 2012, 2014, 2015 e 2018 (Benfica e Sporting)
- 1 Copa Intertoto: 2008 (Braga)
- 1 Copa na Arábia Saudita: 2018 (Al-Hilal)
- 1 Copa Libertadores: 2019 (Flamengo)
- 1 Campeonato Brasileiro: 2019 (Flamengo)
2º) EDGARDO BAUZA - 667 pontos
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A passagem pelo São Paulo em 2016 foi conturbada, mas o argentino tem duas Libertadores no currículo (LDU e San Lorenzo).
- 217 pontos (meses de trabalho)
- 450 pontos (títulos)
- 1 Campeonato Peruano: 2004 (Sporting Cristal)
- 2 Campeonatos Equatorianos: 2007 e 2010 (LDU)
- 2 Copas Libertadores: 2008 e 2014 (LDU e San Lorenzo)
- 1 Recopa Sul-Americana: 2010 (LDU)
- 1 Copa Argentina: 2018 (Rosario)
3º) JORGE FOSSATI - 568 pontos
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O uruguaio não só treinou como jogou no Brasil. Foi goleiro do Avaí e do Coritiba no final da década de 1980. Como técnico, fracassou no Inter. Mas foi muito vencedor no Equador e no Catar nos últimos 20 anos.
- 188 pontos (meses de trabalho)
- 380 pontos (títulos)
- 1 Campeonato Equatoriano: 2003 (LDU)
- 6 Copas no Catar: 2006, 2007, 2015 e 2016 (Al-Sadd e Al-Rayyan)
- 1 Copa Sul-Americana: 2009 (LDU)
- 1 Recopa Sul-Americana: 2009 (LDU)
- 1 Liga dos Campeões da Ásia: 2011 (Al-Sadd)
- 1 Campeonato Paraguaio: 2012 (Cerro Porteño)
4º) JORGE SAMPAOLI - 545 pontos
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Admirado pela campanha do Santos em 2019, o argentino só conquistou títulos como técnico no futebol chileno: com Universidad de Chile ou com a seleção.
- 190 pontos (meses de trabalho)
- 355 pontos (títulos)
- 1 Copa Sul-Americana: 2011 (Universidad de Chile)
- 3 Campeonatos Chilenos: 2011 e 2012 (Universidad de Chile)
- 1 Copa América: 2015 (Chile)
5º) REINALDO RUEDA - 481 pontos
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Sua passagem pelo Flamengo em 2017 lhe rendeu um vice-campeonato da Copa Sul-Americana. Os grandes momentos mesmo vieram com o Atlético Nacional, de Medellin, entre 2015 e 2016.
- 181 pontos (meses de trabalho)
- 300 pontos (títulos)
- 3 Campeonatos Colombianos: 2015, 2016 e 2017 (Atlético Nacional)
- 1 Copa da Colômbia: 2016
- 1 Copa Libertadores: 2016 (Atlético Nacional)
- 1 Recopa Sul-Americana: 2017 (Atlético Nacional)
6º) JUAN CARLOS OSORIO - 358 pontos
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Deixou boa impressão no São Paulo em 2015 mas nada ganhou por aqui. Seus títulos mais expressivos foram obtidos na Colômbia, com Once Caldas e Atlético Nacional.
- 158 pontos (meses de trabalho)
- 200 pontos (títulos)
- 1 Major League Soccer: 2008 (New York Red Bulls)
- 4 Campeonatos Colombianos: 2010, 2013 e 2014 (Once Caldas e Atlético Nacional)
- 3 Copas Colombianas: 2012 e 2013 (Atlético Nacional)
7º) RICARDO GARECA - 336 pontos
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Passagem discreta pelo Palmeiras em 2014. Mas grandes conquistas com o Vélez Sarsfield entre 2009 e 2013 o fizeram subir no ranking. Tem boas campanhas na Seleção Peruana, atualmente, mas sem taças.
- 211 pontos (meses de trabalho)
- 1 Campeonato Peruano: 2008 (Universitario)
- 4 Campeonatos Argentinos: 2009, 2011, 2012 e 2013 (Vélez Sarsfield)
8º) DIEGO AGUIRRE - 284 pontos
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O uruguaio é o único estrangeiro, ao lado de Jorge Jesus, que conquistou pelo menos um título treinando no futebol brasileiro: o Gauchão de 2015 pelo Inter. Fora daqui, já se deu bem no Peñarol e no futebol do Catar, onde treina atualmente.
- 124 pontos (meses de trabalho)
- 160 pontos (títulos)
- 2 Campeonatos Uruguaios: 2003 e 2010 (Peñarol)
- 4 Copas no Catar: 2012 e 2013 (Al-Rayyan)
- 1 Campeonato Gaúcho: 2015 (Inter)
9º) PAULO BENTO - 259 pontos
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Outro português com passagem por aqui, mas completamente diferente de Jorge Jesus. Bento ficou menos de três meses no Cruzeiro em 2016. Se destacou com taças pelo Sporting (POR) e por Olympiacos (GRÉ). Atualmente, treina a Seleção da Coréia do Sul.
- 134 pontos (meses de trabalho)
- 125 pontos (títulos)
- 5 Copas em Portugal: 2006, 2007 e 2008 (Sporting)
- 1 Copa na Grécia: 2017 (Olympiacos)
10º) JUAN RAMÓN CARRASCO - 189 pontos
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Foi rápido. No Athletico-PR em 2012, Carrasco dirigiu o time por 36 jogos e não conquistou nenhum título. Sua maior conquista foi o Campeonato Uruguaio em 2011, pelo Nacional.
- 125 pontos (títulos)
- 164 pontos (meses de trabalho)
- 25 pontos (títulos)
- 1 Campeonato Uruguaio: 2011 (Nacional)