O comentarista Luciano Passirani, de 80 anos, foi demitido pela emissora Telelombardia, da Itália, após emitir opinião racista em relação ao desempenho do atacante Romelu Lukaku, que chegou à Inter de Milão há pouco mais de um mês. As informações foram divulgadas inicialmente pelo jornal britânico The Guardian.
Durante o "Qui Studio a Voi Stadio", no domingo (15), um dos principais programas de debates esportivos da emissora, Passirani chegou a elogiar Lukaku antes do comentário racista.
— Ele é uma das melhores contratações que a Inter poderia ter feito. Não vejo outro jogador como ele em nenhum outro time na Itália. Ele é um dos mais fortes, eu gosto muito dele porque ele tem essa força — disse.
No entanto, na continuação, o italiano falou a seguinte frase:
— Esse cara mata você sozinho. Caso tente desafiá-lo, acaba no chão, ou você tem 10 bananas para dar para ele comer.
Segundo o The Guardian, o diretor do programa, Fabio Ravezzani, revelou que o comentarista se desculpou momentos depois de sua afirmação, mas a decisão já havia sido tomada.
— Passirani tem 80 anos e, para elogiar Lukaku, ele usou uma metáfora que acabou sendo racista. Acho que foi uma terrível falta de lucidez momentânea, e não posso tolerar nenhum tipo de erro, mesmo que momentâneo — afirmou.
Apesar do pouco tempo na Itália, não é a primeira vez que o atacante belga é vítima de racismo. Há duas semanas, Lukaku cobrou um pênalti em partida contra o Cagliari e viu torcedores do time imitarem sons e gestos de macaco.
Dias depois, alguns torcedores da própria Inter de Milão afirmaram que Lukaku não entendeu o que teria sido aquele ato. Eles disseram que a ação dos fãs do Cagliari não foi racista, mas sim criada apenas para desestabilizar o belga no momento da cobrança.
Na ocasião, Lukaku publicou, em seu Twitter, um desabafo sobre o caso.
"Muitos jogadores, no último mês, sofreram abuso racial. Eu sofri ontem também. O futebol é um jogo para ser apreciado por todos e não devemos aceitar nenhuma forma de discriminação que nos envergonhe. Espero que as federações de futebol de todo o mundo reajam fortemente a todos os casos de discriminação", escreveu.