Não está mais na conta do Instagram de Neymar, o vídeo em que o jogador se defendeu da acusação de estupro que recebeu. Na publicação, ele havia mostrado o que seriam conversas de WhatsApp com a suposta vítima nas quais há imagens dela nua ou seminua — com borrões no rosto e em partes íntimas —, o que motivou a abertura de um inquérito pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DCRI), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
"O conteúdo foi removido por violar as Diretrizes da Comunidade do Instagram", explicou a assessoria da rede social em comunicado enviado para a Revista Veja.
O vídeo havia sido divulgado pelo atleta no último sábado (1º), dia em que noticiada a informação de que ele acusado de estupro. A ideia do atacante era mostrar que a mulher, cuja identidade foi preservada no boletim de ocorrência, havia o tratado normalmente após a data em que afirma ter sido estuprada, 15 de maio. Em entrevista à TV Bandeirantes na manhã desta segunda-feira, o pai e empresário do jogador, Neymar Santos, disse que o conteúdo foi removido pelo Instagram.
— Foi o Instagram que tirou. Pelas regras do Instagram, estava normal. Ele preservou a imagem, o nome. Ele precisava se defender rapidamente. É melhor ser verdadeiro e mostrar o que aconteceu — explicou.
O artigo 218-C do Código Penal tipifica como crime "oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir ou divulgar por qualquer meio — inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática — [...], sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia".
Advogados como o professor de direito digital Luiz Augusto Filizzola D'Urso, da FGV, não veem o caso de Neymar enquadrado nessa situação, já que as imagens estão borradas, mas o delegado do DCRI, Pablo Sartori, pretende ouvir o jogador e fazer uma perícia em seu telefone, fazendo o mesmo com a mulher e seu aparelho.
Paralelamente a essa investigação, há o inquérito referente ao próprio suposto estupro, que corre em São Paulo. O boletim de ocorrência foi registrado na última sexta-feira (31), na 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, na capital, no bairro de Santo Amaro. O suposto crime teria ocorrido na França, mas, como as partes envolvidas são brasileiras e o BO foi feito no Brasil, a investigação pode ser feita no país.
A mulher que fez a acusação diz ter conhecido Neymar pelo Instagram e o encontrado no hotel Sofitel Arc Du Triomphe, em Paris, no dia 15 de maio. Ela afirma que o jogador apareceu embriagado, tornou-se agressivo e, mediante violência, teve relação sexual contra sua vontade.
Neymar nega a acusação e diz ter tido relações consensuais com a mulher e diz ter sido vítima de uma armadilha.
— O que aconteceu nesse dia foi uma relação entre homem e mulher, dentro de quatro paredes, algo que acontece com todo casal. No dia seguinte, não aconteceu nada demais, a gente continuou trocando mensagem — declarou.
Já o pai de Neymar, Neymar Santos, afirmou que seu filho foi vítima de extorsão. Ele disse ter se encontrado com representantes da mulher, que teriam lhe pedido dinheiro para que ela ficasse calada.
O atleta está na Granja Comary, em Teresópolis, onde se prepara para defender a Seleção Brasileira na Copa América.
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