O Uruguai se sentirá em casa em Porto Alegre na noite desta quinta-feira (20). Às 20h, a Celeste entra em campo para enfrentar o Japão, na Arena do Grêmio, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América, com apoio praticamente maciço. São esperados 15 mil charrúas na Capital, mas se forem somados os brasileiros (principalmente gaúchos) que se identificam com os vizinhos, a tendência é de que haja uma espécie de Estádio Centenário no bairro Humaitá.
Maiores vencedores da competição continental, os uruguaios chegam embalados pela estreia arrasadora, no 4 a 0 sobre o Equador, domingo passado. O time ganhou os holofotes depois da atuação no Mineirão e são apontados entre os grandes favoritos para erguer o troféu pela 16ª vez. E terão um ambiente favorável em Porto Alegre. Muslera já havia comentado sobre isso na primeira coletiva em solo gaúcho e afirmou ser "linda essa aproximação dos países" e que ouvir os torcedores faz diferença em campo.
Na quarta-feira, foi a vez de o técnico Oscar Tabárez conceder entrevista — da qual saiu aplaudido ao final. O maestro, como é chamado, falou sobre a recuperação do futebol uruguaio:
— Quando saí do Boca, em 2002, fiz três anos sabáticos. Nesse tempo pensei em como recolocar o futebol uruguaio na atual realidade, não esquecendo sua tradição e competitividade. É um trabalho que vem integrado com as seleções juvenis (base). Dessa forma oportunizamos muitos jovens a entrar no grupo. E quando ouço falar bem do meu trabalho, da seleção, recebo com muita humildade, antes de tudo.
Sobre o desempenho da estreia e a goleada em cima dos equatorianos, o treinador manteve o tom sereno:
— Rendimento e resultado nem sempre estão ligados. Às vezes não andam juntos. O futebol não premia o esforço, o desempenho, mas sim quem faz mais gols.
Mas em Porto Alegre, há esperança de que se repita o futebol apresentado em Belo Horizonte. Principalmente em razão dos atacantes Suárez e Cavani, duas das maiores estrelas da competição. E também pela dupla de zaga: Giménez e Godín são titulares no Atlético de Madrid e uma parede à frente de Muslera. Giménez, aliás, representa a mudança de estilo do futebol uruguaio, e exemplificou isso ao responder sobre o árbitro de vídeo.
— O VAR dá mais tranquilidade aos jogadores e torna o futebol mais transparente — disse.
No meio, Tabárez usará Torreira como substituto de Matías Vecino, cortado por lesão. Lucas Torreira, 23 anos, é um dos destaques do Arsenal e é apontado como uma joia uruguaia para o futuro. Essa será a única alteração com relação ao time do primeiro jogo.
No Japão, a equipe tenta se recuperar depois de ter levado 4 a 0 do Chile na primeira rodada. O técnico Hajime Moriyasu e o zagueiro Takehiko Tomiyasu deixaram claro, porém, que, para isso, precisarão superar a Cavani e Suárez.
— É um time muito forte, com grandes atacantes. Mas não podemos ter medo. Será um desafio segurar esses jogadores — declarou Tomiyasu, que completou: — Suárez fará um jogo que nos incomoda muito, com o corpo a corpo. Nós não gostamos disso. Será um desafio. Temos que saber suportar a pressão.
O treinador fez um apelo a seus jogadores:
— Precisamos defender bem, resistir a pressão. Será um trabalho duro. Com certeza uma de nossas armas será a velocidade, mas precisamos ter tomadas de decisão mais ágeis do que as apresentadas contra o Chile.