O Estádio Vicente Goulart presenciou nesta quarta-feira (3) um dos lances mais bizarros do futebol gaúcho. Em partida pela 12ª rodada da Divisão de Acesso, o São Borja teve uma grande chance de abrir o placar contra o Passo Fundo já aos quatro minutos. Após um cruzamento para a área, o árbitro Tiago Rodrigues marcou pênalti para os donos da casa.
O meia Tiago Saraçol correu e, em vez de chutar, passou por cima da bola, como se desse uma paradinha. Ele olhou para o árbitro, todos os jogadores invadiram a área, ele retornou e chutou para o gol. O juiz anulou a cobrança, deu tiro livre indireto e cartão amarelo ao camisa 10 do São Borja. Veja o no vídeo acima a partir do minuto 25.
Segundo o analista de arbitragem da RBS, Diori Vasconcelos, trata-se de um "lance extremamente polêmico":
— Entendo que a decisão tomada não pode ser considerada errada porque o árbitro levou em conta um aspecto abordado pela regra 14, que fala sobre o procedimento para a execução de pênaltis. O juiz entendeu que o cobrador realizou uma finta ilegal após concluir a corrida. Quando isso ocorre, o jogador deve ser advertido com amarelo e o jogo deve ser reiniciado com tiro livre indireto. O pênalti é considerado “perdido”. Foi justamente essa a interpretação do juiz. Ao mesmo tempo, a ressalva que deve ser feita é de que talvez a intenção do cobrador não tenha sido fazer uma finta para enganar o goleiro, a famosa paradinha. A atitude ilegal do atleta não fica clara e a mudança na regra ocorreu para coibir esse tipo de ação. Portanto, seria aceitável se a interpretação fosse de que o jogador simplesmente perdeu o tempo da corrida e se atrapalhou sem cometer infração com relação ao que diz a regra. Neste caso, a cobrança precisaria ser repetida e talvez fosse a decisão mais justa para um lance extremamente polêmico.
O lance custou caro ao São Borja. Na penúltima posição do Grupo B, o time foi derrotado por 2 a 0 e complicou sua luta contra o rebaixamento para a Terceirona. Agora, precisa torcer contra o União-FW para não cair para a lanterna.