O Athletico-PR e o presidente Luiz Sallim Emed foram punidos pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) por conta da "torcida humana" implementada no clássico contra o Coritiba, dia 30 de janeiro, pelo primeiro turno do Campeonato Paranaense. O julgamento aconteceu na noite de segunda-feira (26). O mandatário recebeu uma suspensão de 360 dias, enquanto o clube foi multado em R$ 200 mil.
Eles foram condenados quatro vezes no mesmo artigo, por não reservar um local para os torcedores do Coritiba, não disponibilizar a carga de 10% de ingressos à torcida visitante, descumprir a liminar do TJD-PR para disponibilizar cinco pontos de venda de ingressos para os alviverdes e ainda impedir o uso do uniforme do arquirrival na Arena da Baixada. Com isso, os 90 dias de punição ao presidente foram multiplicados por quatro, assim como a multa de R$ 50 mil ao Athletico-PR.
Gustavo Rocha, advogado do clube paranaense, informou que o departamento jurídico do Athletico-PR irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) caso seja necessário.
— Existiam algumas preliminares que alegamos e que impediam o julgamento, mas não foram aceitas pelo TJD-PR. Certamente, iremos recorrer ao STJD — afirmou o advogado, lembrando que, antes, haverá recurso ao Pleno do TJD-PR.
Antes do clássico, vencido pelo Coritiba por 2 a 1, o clube alviverde buscou na Justiça Desportiva o direito de receber 10% dos ingressos e uma área reservada para a torcida visitante. O Athletico-PR, com apoio do Ministério Público (MP-PR), descumpriu a decisão do TJD e manteve o modelo chamado "torcida humana". Com isso, os torcedores do Coritiba foram obrigados a assistir ao jogo descaracterizados, e em meio aos torcedores da casa.
Na prática, o modelo da "torcida humana" consiste em torcedores de outras equipes que forem à Arena da Baixada não poderem entrar com a camisa de seus clubes e não terem um espaço reservado separadamente para acompanhar aos jogos.
O Athletico-PR argumenta que o modelo "torcida humana" vem funcionando bem desde o ano passado. Já de acordo com o MP, o formato com torcida única tenta reduzir a violência e otimizar o trabalho da Política Militar.
No clássico contra o Coritiba, porém, houve briga em terminal de ônibus, três detenções e confusões esparsas entre torcedores dentro da Arena da Baixada.