Rogério Zimmermann voltou e com ele o Brasil-Pel conquistou três pontos longe do Bento Freitas, o que não acontecia desde março, quando a equipe rubro-negra fez 2 a 1 no São Paulo-RG, em Rio Grande, e rebaixou o rival do Sul do Estado para a Divisão de Acesso do Gauchão. Mais do que isso, a reestreia do "estrategista" apresentou novidades no time, daquelas que quem acompanhou a passagem anterior do técnico pelo Xavante já imaginava que aconteceriam.
Vamos lá: o Brasil-Pel ganhou um centroavante. Michel até já estava no elenco, mas fez sua melhor partida com a camisa rubro-negra justamente na estreia de Zimmermann. Depois de ser o artilheiro do Gauchão neste ano, pelo São Luiz, de Ijuí, o atacante foi contratado pelo clube pelotense. Com apenas um gol em 12 jogos pela Série B, ele não vinha bem sob o comando de Clemer e de Gilmar Dal Pozzo. Mas no primeiro jogo com o novo comandante, fez dois. E foram gols de centroavante, bem como o técnico gosta.
Nas campanhas de sucesso à frente do Xavante, Zimmermann sempre teve um "nove" de ofício, do tipo artilheiro. Passaram por lá Gustavo Papa, hoje auxiliar técnico do clube, Nena e Leandrão. Todos foram decisivos, muito porque o estilo de jogo preferido pelo treinador privilegia os centroavantes, joga para eles, com muita bola aérea.
Essa característica, inclusive, nunca abandonou o Xavante. Zimmermann foi demitido do Brasil-Pel pela segunda vez em julho de 2017. Mas nesse pouco mais de um ano fora, os times de Clemer e Dal Pozzo mantiveram esse estilo de jogo. Só que com o retorno do técnico que colocou o clube pelotense na Série B foi possível observar outra particularidade de suas equipes: o contra-ataque. O cara responsável por isso foi, por muito tempo, Alex Amado, depois passaram Nathan "Cachorrão", Elias e alguns outros. E dessa vez parece que Lourency é o homem da velocidade. Aberto pela esquerda, ele foi o garçom de Michel.
Ok, foi apenas um jogo, pode ter sido a empolgação da estreia. Mas a primeira impressão foi boa. O Brasil-Pel voltou a ter transição rápida e eficiência na frente. Falta, ainda, melhorar o posicionamento atrás. A lado esquerdo da defesa foi o ponto fraco, com más atuações de Alex Ruan e Rafael Dumas, que até salvou um gol com a mão e o árbitro não marcou pênalti para o time da casa. Melhor pro Brasil-Pel, pra Zimmermann e pros milhares de apaixonados pelo rubro-negro, que viram no retorno do maior (que eu vi, pelo menos) treinador da história xavante a esperança de ficar na Série B.