Recontratar Adenor Bachi, o Tite, para dirigir a Seleção Brasileira até 2022 foi um erro da CBF. É fato que no final da Copa de 2018, apesar do fraco desempenho do nosso time, de uma forma geral, todos queriam a permanência do Tite.
Os jogadores derrotados na Rússia, por cumplicidade. Os outros treinadores brasileiros, por corporativismo. Por fim, a imprensa, que depois de anos resignada pela modo "belicoso" de trabalhar de Dunga e Felipão, também desejavam a manutenção do treinador.
Tite é um profissional disponível, gentil e educado, forjado na literatura de autoajuda. É sempre a garantia, independentemente de resultados e crises de humor, de uma relação sadia com boas pautas. Tite não é um mau treinador. Ao contrário: no cenário do futebol brasileiro é um dos melhores. Poderia treinar qualquer clube brasileiro ou sul-americano, mas não a Seleção Brasileira.
É muito pouco montar um modelo tático europeu do momento, com jogadores que jogam na Europa, tipo um 4-1-4-1, e pensar que estamos no mesmo nível da cultura de futebol da Europa, que, nos últimos anos, só evoluiu. A competitividade vem do detalhe, do profissionalismo, da ciência de dados, do comportamento, do conhecimento técnico, do detalhe de cada atleta, de cada adversário, que só a experiência e vivência diária e vitoriosa, em alto nível e dentro ambiente competitivo, permite.
Independentemente das experiências anteriores de treinadores estrangeiros em clubes, para os desafios futuros da nossa Seleção, precisávamos de um técnico vencedor que tivesse vivido de forma intensa e rotineira a realidade do melhor futebol do mundo. Poderia ser o Guardiola (meu preferido), o Zidane, o Mourinho, ou outro, desde que fosse um vencedor na Europa.
Se alguém acha que eu exagero no tom ou na medida, ou que estou sendo injusto com o Adenor, reparem o que ocorreu nas últimas quatro Copas do Mundo. Fomos desclassificados, respectivamente, por seleções europeias: Bélgica, Alemanha, Holanda e França. Sofremos goleadas de Alemanha e Holanda e conseguimos apenas vitórias tímidas contra escolas menores do futebol europeu como a Sérvia e a Croácia. Já são quatro Copas ou 16 anos que olhamos sem reação a superioridade europeia. Contra fatos, não existe esse papo de merecimento.