Na véspera da estreia do São Paulo na Copa Sul-Americana, nesta quinta-feira, às 21h30min, contra o Rosario Central, Diego Aguirre falou sobre o que pretende para a competição. E ele tem certeza: seu estilo e a história "copeira" do Tricolor paulista são as forças para o bicampeonato do clube no torneio.
— As grandes forças do São Paulo nesta Copa Sul-Americana são a camisa e os jogadores. Ambas as coisas. Temos de demonstrar na hora do jogo. Não gosto de falar muito antes do jogo, mas sou otimista. Quando apitar o juiz, aí começa a verdade. E o São Paulo é um time que, previamente, é um dos candidatos ao título. Temos de pensar assim — avisou.
Acostumado a jogos decisivos, como foram todos os seus cinco até agora pela equipe, por fases de mata-mata do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, Aguirre, aos 51 anos, não demonstra sentir qualquer tensão diante da pressão que o São Paulo sofre para voltar a ser campeão — o último título foi exatamente uma Sul-Americana, em 2012. Está convicto de que a equipe rumo em um caminho de sucesso.
Confira abaixo os motivos dados pelo técnico uruguaio para tanto otimismo:
Analisando o seu desempenho nesta década, você foi vice-campeão da Libertadores de 2011 pelo Peñarol, semifinalista da Libertadores de 2015 com o Inter, semifinalista da Copa Sul-Americana de 2016 pelo San Lorenzo e chegou às quartas de final das Libertadores de 2016 e 2017 por Atlético-MG e San Lorenzo. Nesse meio tempo, ganhou quatro copas pelo Al-Rayyan, do Catar, em 2012 e 2013. Qual é o segredo?
O futebol hoje tem muitos times importantes e muitas decisões em mata-mata. Há alguns times que são copeiros. O São Paulo é copeiro, assim como Internacional, o Atlético-MG e o San Lorenzo são times grandes e que entram nas decisões. Estou acostumado, tenho experiência porque todos os anos tenho decisões de mata-mata.
O que faz um time ser copeiro?
A história, a camisa. Essa é a primeira coisa. Tem times que têm tradição. O São Paulo é um deles, como o Peñarol, do Uruguai, também. São times de tradição, copeiros. São clubes que precisam aspirar ser protagonistas e ganhar taças internacionais. É um desafio natural que tem de assumir. Não dá para aceitar ser o treinador do São Paulo e não pensar em ganhar uma copa internacional. Tem de pensar assim porque vai ter decisão.
Então, dá para dizer que o São Paulo inicia a Sul-Americana para ser campeão mesmo.
Não posso pensar em outra coisa. Se eu estivesse em um outro clube, sem tradição, que não fosse copeiro, talvez eu seria mais cauteloso. Não estou prometendo ganhar a Copa Sul-Americana, mas não tenha dúvidas de que essa é a nossa ambição. Temos de tentar ser campeões. A mesma coisa seria se estivéssemos na Libertadores. É uma obrigação histórica do São Paulo.
Para o seu estilo, é bom começar só com jogo decisivo?
Não (risos). Gostaria de ter outros jogos, não tão decisivos, jogos mais tranquilos. Mas não dá. Já chegamos com a temporada avançada e é assim mesmo. Temos os mata-matas da Copa do Brasil, da Copa Sul-Americana, e logo mais começa o Campeonato Brasileiro, que não é um torneio de mata-mata, mas todo jogo é decisivo, com muita pressão, e temos de começar bem.
Você se acostumou a chegar às fases finais de competições continentais, mas ainda não ganhou nenhuma. O que falta?
É que o futebol é assim. Nas competições, às vezes, você está tão perto de ganhar como de perder. O importante é ter essa vontade de ganhar, como tenho. Gosto desse desafio de ser campeão, ganhar uma taça, e não tenho decepção. Vou conseguir, em algum momento, um objetivo importante como ganhar uma taça internacional.