O ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) tem um novo velho líder. Com os resultados obtidos no ATP 500 de Roterdã, na Holanda, o suíço Roger Federer retornou a liderança na corrida dos tenistas profissionais após cinco anos e três meses. Aos 36 anos, é o mais velho jogador a atingir a posição número um. Após cada vitória, Federer se vê obrigado a responder sobre sua aposentadoria das quadras. Querem que ele pare de jogar? Duvido. Ninguém deve querer.
Roger Federer parece estar no auge de sua carreira. Cada partida dele deve ser assistida com atenção por tenistas e amantes do esporte. São verdadeiras aulas. Fundamentos que antes não eram o seu forte foram aprimorados. Os golpes de esquerda tornaram-se mortais. A agilidade para subir a rede, que poderia estar diminuída pela idade, não mudou. Corre de um lado para outro como se não houvesse bola impossível de ser alcançada. É um guri jogando tênis.
Além do talento exibido a cada jogo, Federer ainda se emociona como um principiante ao conquistar um título. Após uma atuação segura e firme contra Marin Cilic, outro tenista com bom nível técnico, na final do Aberto da Austrália, chorou como criança. Ficou sem fala ao ser aplaudido de pé. Nem parecia seu vigésimo triunfo em torneios Grand Slam, onde nenhum outro venceu mais do que ele. Acostumado com decisões e, mais ainda, com títulos (são 96 ao total), não seria anormal certa frieza ao comemorar. Porém, ele faz questão de agradecer ao público, ao seu time e aos amantes do tênis sem segurar as lágrimas.
Nas quadras, um gênio perseguidor de feitos. São 302 semanas na liderança do ranking, sendo 237 seguidas (dois recordes). Fora delas, um homem simpático, sorridente e apegado com sua família. Sua esposa o acompanha em praticamente todos os torneios. Dedicado aos treinos e discreto em sua vida particular, deve servir como exemplo de esportista e de ser humano. Torço para que Andy Murray e Novak Djokovic voltem a jogar em alto nível para que possamos ver mais duelos contra o suíço.
Humildade, dedicação, emoção e talento fazem de Roger Federer um mito.