O Grêmio, atual campeão da Libertadores, precisará provar em campo seu favoritismo contra o Pachuca, do México, nesta terça-feira em Al Ain, nos Emirados Árabes, se quiser avançar à final do Mundial de Clubes, no qual sonha em enfrentar o Real Madrid.
O Tricolor gaúcho quer dar o primeiro passo no objetivo de devolver ao Brasil um título que foge ao país desde a conquista do Corinthians em 2012, enquanto o Pachuca deseja entrar para a história como a primeira equipe mexicana e da Concacaf a disputar uma final do Mundial de Clubes.
O Pachuca ganhou com muitas dificuldades e sem fazer uma grande partida do Wydad Casablanca, do Marrocos, nas quartas de final (1-0), enquanto o Grêmio, assim como o Real Madrid, que joga na quarta-feira contra o local Al Jazira, estreia na competição diretamente nas semifinais.
"Uma semifinal sempre é muito difícil. Às vezes um adversário parece que não jogou bem um jogo, mas depois vem com a motivação de ganhar do Grêmio, e a mesma coisa vai acontecer com o Real Madrid", afirmou o técnico do Grêmio, Renato Gaúcho.
Renato, herói do título mundial do Grêmio em 1983, quando marcou dois gols na vitória sobre o Hamburgo (2-1), tem plena confiança em sua equipe.
"Tenho a tranquilidade de ter um grupo consciente e responsável. Sabem perfeitamente o que é preciso fazer. Ganhamos a Libertadores de uma maneira e não vamos mudar", anunciou.
O Grêmio ganhou a Libertadores apostando num futebol vistoso e de grande qualidade técnico, com dois jogadores fundamentais, Luan e Arthur. Este último, porém, não poderá disputar o Mundial devido a uma lesão no tornozelo, sofrida na partida de volta da final da Libertadores contra o Lanús argentino.
"É claro que vamos sentir falta de Arthur, ele esteve o ano todo com a gente, mas temos total confiança no companheiro que vai entrar em seu lugar", afirmou Luan.
O atacante paraguaio do Grêmio Lucas Barrios destacou a velocidade do Pachuca.
"Eles têm jogadores rápidos. Joguei no México e sei como pensam dentro de campo. As comemorações pela conquista da Libertadores já passaram e estamos focados na semifinal", analisou o veterano atacante de 33 anos.
O Pachuca, que em quatro participações no Mundial de Clubes tem como melhor resultado o quarto lugar de 2008, ganhou confiança com a classificação às semifinais da competição.
- Pachuca desgastado -
Contra um Grêmio totalmente descansado, o Pachuca terá que se recuperar dos 120 minutos jogados há três dias contra o Wydad Casablanca nas quartas de final.
"O Grêmio ganhou a Copa Libertadores com um futebol fenomenal. Tem um grande futebol, com virtudes e muitos poucos defeitos. Tomara que possamos aproveitar desses poucos defeitos", declarou o técnico uruguaio do Pachuca, Diego Alonso.
O uruguaio Javier Aguirre, técnico do Pachuca quando o clube venceu pela primeira vez o Campeonato Mexicano em 1999, afirmou antes do Mundial que os 'Tuzos' (marmotas, em espanhol) têm chances de vencer o Grêmio.
"O Pachuca pode encarar o Grêmio porque já disputou torneios sul-americanos contra equipes brasileiras e argentinas. Sabe como jogar de igual para igual e já fez isso. Estou mais preocupado com o time marroquino, que não conhecemos. Se passar por esse jogo, tem boas chances de fazer algo importante", previa Aguirre antes do Mundial.
Nesta terça-feira, Renato Gaúcho e seus jogadores tentarão fazer com que a previsão de Aguirre não se cumpra.
Prováveis escalações:
Grêmio: Marcelo Grohe; Edílson, Geromel, Kanemann, Bruno Cortez; Jaílson, Michel, Ramiro, Luan, Fernandinho; Lucas Barrios.
Técnico: Renato Gaúcho.
Pachuca: Oscar Pérez; Joaquín Martínez, Robert Herrera, Oscar Murillo, Emmanuel García; Erick Aguirre, Jorge Hernández; Keisuke Honda, Víctor Guzmán, Jonathan Urretaviscaya; Ángelo Sagal.
Técnico: Diego Alonso (URU)
Árbitro: Felix Brych (ALE).
* AFP