O fretamento do voo da LaMia que se acidentou com a Chapecoense em novembro do ano passado foi negociado com o clube pela filha do dono do avião, segundo investigação do Ministério Público Federal em Chapecó, Santa Catarina. As informações foram divulgadas pelo site G1.
De acordo com as investigações, o nome da LaMia sequer aparece no contrato de fretamento. A filha do dono do avião foi assinalada como destinatário do valor do contrato, que totalizava US$ 140 mil (R$ 459 mil em cotação atual). O valor seria depositado em uma conta da empresa em Hong Kong representada por Loredana Albacete, filha de Ricardo Albacete, dono do avião.
Em entrevista recente a um jornal espanhol, Ricardo Albacete disse que arrendava o avião para a LaMia — ele fundou a LaMia venezuelana em 2010 e vendeu aos bolivianos em 2014. A investigação do MPF aponta uma suspeita de que, portanto, os donos oficiais não comandariam de fato a empresa.
O avião que levava a delegação da Chapecoense para Medellín caiu na cidade de La Unión, próxima ao destino final, em 29 de novembro do ano passado. Ao todo, morreram 71 pessoas entre atletas, membros de comissão técnica, dirigentes, convidados e membros de imprensa.