Grandes grupos de comunicação foram citados por Alejandro Burzaco, ex-homem forte da companhia de marketing argentina Torneos y Competencias SA, no suposto esquema de pagamento de propina para ganhar a concorrência dos direitos de transmissão de torneios internacionais, conforme reportagem da Folhapress desta terça-feira (14).
Num dos depoimentos mais aguardados do julgamento do escândalo de corrupção da Fifa, em Nova York, Buzarco disse que o Grupo Globo e a Traffic, do Brasil, além de Televisa, do México, a americana Fox e a argentina Full Play, fizeram pagamentos irregulares para obter vantagens.
Ele foi ouvido como testemunha da acusação no julgamento de José Maria Marin, ex-presidente da CBF acusado de extorsão, fraude financeira e lavagem de dinheiro nas negociações de contratos com a Fifa.
Em nota, o Grupo Globo afirmou que "não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina".
A empresa lembra ainda que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos relacionados à corrupção na Fifa na Justiça americana. Ainda assim, o grupo afirma que se colocará à disposição das autoridades americanas. Os outros grupos de mídia citados por Buzarco não se pronunciaram ontem sobre o caso.
Buzarco fechou acordo de delação premiada e aguarda a sua sentença. O empresário está em prisão domiciliar em Nova York.
CONTRAPONTO
O que diz o Grupo Globo, em nota
"Sobre depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso Fifa pela Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra. Não seria diferente, mas é fundamental garantir aos leitores, ouvintes e espectadores do Grupo Globo que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige."