De acordo com o periódico espanhol, o ambiente na equipe francesa começou a ficar conturbado antes da discussão pública entre o camisa 10 do Paris Saint-Germain e o uruguaio Cavani. O jornal aponta que a contratação de Neymar foi a gota d'água para o clima se tornar insustentável.
O problema começou quando o presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi, passou a ficar desesperado sobre uma possível investigação da Uefa em relação ao fair play financeiro do clube, que gastou 222 milhões de euros (cerca R$ 825 milhões) para ter o astro brasileiro. O mandatário teria ligado para vários jogadores informando que eles seriam negociados às pressas. Nomes como Di María, Pastore, Matuidi, Lucas Moura, Draxler, Ben Arfa, Aurier e Thiago Silva constavam na lista.
O único da lista que deixou o PSG foi o volante Matuidi. Ele era um dos grandes líderes do grupo e, depois da ligação do dirigente, o francês foi a obrigado a forçar a sua saída para a Juventus por 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 74,3 milhões).
"Sua saída semeou o desânimo. Em maior ou menor medida, todos os integrantes do plantel se sentiram tratados como mercadoria em troca de abrir espaço para Neymar. No vestiário pairava uma pergunta: ‘Quem ele acha que é? Messi?’. À frente dos indignados, estava Edinson Cavani", relatou o jornal.
Assim que Neymar foi anunciado pelo clube francês como reforço, o ambiente no vestiário azedou de vez. Os brasileiros Thiago Silva e Thiago Motta disseram para Neymar que ele deveria respeitar os novos companheiros, e Cavani endossou as fortes cobranças ao astro brasileiro. O camisa 10 não gostou muito do que ouviu, e a sua atitude não foi bem vista pelos atletas.
"Thiago Silva e Thiago Motta lhe explicaram que ali havia grandes jogadores que ele não poderia ignorar. Cavani exigiu respeito com os veteranos. Neymar os ouviu com ar distraído", afirmou o El País.
Ao tomar conhecimento sobre o clima no vestiário, o técnico Unai Émery falou com o presidente Al-Khelaifi. O mandatário ligou para os principais líderes, voltou atrás da decisão e reforçou que os atletas eram intransferíveis. Segundo o veículo, já era tarde demais para evitar um clima ruim.
Assim que a polêmica da briga por causa de uma disputa de pênalti entre Neymar e Cavani se tornou pública, o chefão milionário entrou na parada novamente. Por meio de um intermediário, o dirigente ofereceu ao uruguaio o bônus de 1 milhão de euros (cerca de R$ 3,7 milhões) para o centroavante ser o artilheiro do Campeonato Francês, independente da quantidade de gols que marcasse.
Em troca disso, o uruguaio teria que deixar de ser o cobrador oficial de pênalti da equipe, e Neymar assumiria o posto. Cavani, então, manteve a sua postura e não aceitou a oferta do presidente. Ao saber da recusa do uruguaio, o craque brasileiro se irritou e alegou a lesão no pé para não jogar contra o Montpellier. O duelo no último sábado terminou em 0 a 0, e o PSG fez o pior jogo da temporada.
Neymar se vê isolado no clube francês e tem apoio somente do amigo e lateral-direito Daniel Alves. Os principais líderes da equipe tentam contornar a situação, mas os ânimos estão longe de serem resolvidos. Até mesmo o jantar organizado por Daniel Alves para encerrar as brigas quase terminou em confusão.
"O jantar, segundo um integrante, foi tão animado quanto um velório", escreveu o diário.