Dos seis times que ainda não trocaram de treinador, este ano, na Série B do Campeonato Brasileiro, pelo menos um deles chama a atenção. É o Luverdense, do Mato Grosso, que, desde o início da competição, luta para não cair. Quem comanda a equipe é o gaúcho, de São Leopoldo, Júnior Rocha, de apenas 36 anos de idade. Todas as outras cinco equipes fazem campanhas melhores que do Luverdense. São o América-MG, Vila Nova-GO, Juventude-RS, Londrina-PR e Oeste-SP. Mas o que faz o clube permanecer com o treinador, em um País onde, a todo momento, dirigentes anunciam demissões de comandantes de vestiários?
Nesta segunda-feira houve mais uma reunião de rotina na equipe de Lucas do Rio Verde, onde o presidente Helmute Lawisch reafirmou sua convicção à comissão técnica e aos jogadores de que o trabalho está sendo feito corretamente. Para o técnico Júnior Rocha, a filosofia da direção do Luverdense destoa das demais equipes. Segundo ele, o presidente é muito presente no dia-a-dia, viaja em todos os jogos e participa de todas as decisões que são tomadas no futebol.
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Rocha lembra que a equipe passou por maus momentos na competição, ficando um bom período na zona do rebaixamento, mas a confiança da direção no trabalho realizado ajudou o time a se recuperar e sair da posição incômoda de cair para a Série C. O treinador lamenta que, em outros clubes, dirigentes agem mais com emoção do que com a razão.
— Aqui, nosso presidente nos passa muita confiança — destaca.
Júnior Rocha salienta, ainda, a evolução da sua equipe:
— Esses dias, o Émerson Maria, técnico do Vila Nova, deu entrevista dizendo que o Luverdense é um dos times mais organizados que ele já enfrentou. Se você perguntar para o Guto Ferreira, tenho certeza que ele vai dizer a mesma coisa.
Entre os benefícios desta postura do presidente do clube de dar tempo para o treinador, Júnior Rocha destaca a tranquilidade para trabalhar e o ambiente saudável entre os jogadores. Por fim, o técnico do Luverdense lamentou a demissão de Luiz Carlos Winck, que fazia boa campanha no Criciúma:
— O futebol brasileiro não está avançando neste aspecto. Estamos estagnados. Defendo medidas de proteção aos treinadores.