Privilégio de poucos. Atletas e dirigentes da Chapecoense vão ser alguns a sentir nesta segunda-feira o que o técnico Cladinei Oliveira, hoje no Avaí, sentiu há quatro anos, quando dirigiu o Santos – foi o último jogo de um time brasileiro contra a equipe blaugrana. Mais que templo, o Camp Nou é catedral do futebol e o treinador guarda a lembrança de estar no estádio do Barcelona lotado no dia 2 de agosto de 2013. Para ele, foi ainda um pouco além do local e da atmosfera. Então com 43 anos, viu o resquício do que considera um dos maiores times da história do futebol: o Barça de Pep Guardiola.
– Foi algo fantástico pela história do estádio, o que aconteceu e o que acontece nele até hoje, e pelas grandes equipes que o Barcelona teve. Ter oportunidade de ver aquele que era ainda o time do Guardiola, talvez a melhor equipe do milênio, foi único. Não houve ainda nada igual àquilo até agora. Era o time do Guardiola ainda, havia entrado o Tito Vilanova, que sofreu com problema de saúde, e tava com o Tata Martino, mas ainda era a mesma filosofia e que encantou o mundo todo. Porém, você estar na beira do campo no time rival também é preocupante (risos). É indescritível a qualidade daquela equipe. Para mim, como profissional, pude ver da beira do campo o que muitos não puderam – tenta descrever o treinador.
O resultado não foi tão memorável quanto as sensações vividas por Claudinei. São suficientes para se sentir privilegiado pelo futebol em diferentes sentidos.
– Sofremos uma goleada, algo negativo que me marcou como profissional, mas quantos não queriam estar à beira do campo dirigindo uma equipe contra o Barcelona? Eu tive essa oportunidade. O resultado não foi positivo, mas obtive muitas lições e trago até hoje para a carreira e vida.
Naquele dia, ele havia preparado o Santos para um jogo festivo. Afinal, o Troféu Juan Gamper é a o jogo que marca o início da temporada do Barcelona. O confronto, sempre com um clube convidado, serve como apresentação do elenco, de novos contratados. Porém, a festa termina quando o árbitro apita o começo do jogo. Claudinei descobriu que a partida é séria. A partida terminou com 8 a 0 em favor dos donos da casa.
– Eles competem, levam a sério. Para eles o troféu é importante. O resultado final foi negativo, levamos jogadores muito jovens, levamos mais jogadores que necessário, tanto que teve atleta que entrou no decorrer do jogo e saiu antes do fim. Fomos para um amistoso, entendemos assim. Mas eles têm outro entendimento – comenta.
Por isso, deixa um alerta para o colega de profissão Vinícius Eutrópio: que vá pensando em competição.
– Se puder dar algum conselho, é de levar o jogo com muita seriedade. É bem verdade que não é o mesmo Barcelona. Ainda é um grande time, mas nem sombra do que foi na época. Naquele jogo a gente tinha o Montillo que havia jogado com o Messi e Mascherano na seleção argentina, e eles falaram que eram cobrados a jogar sempre no limite. É importante o Vinícius ter isso em mente.
Confira a seguir um compacto da entrevista com o técnico Claudinei Oliveira falando sobre o jogo contra o Barcelona no Camp Nou, em agosto de 2013.
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