O mês de agosto se encerra com notícias muito ruins para o basquete brasileiro. Depois de ficar suspenso pela Federação Internacional (Fiba) por má gestão e dívidas, o Brasil vem acumulando fracassos em quadra, resultados diretamente ligados às más gestões da Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
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Primeiro, foi a seleção feminina que não conseguiu uma vaga para a Copa do Mundo de 2018, algo que só ocorreu uma vez, no distante ano de 1959. A atual geração não tem o talento de Hortência e de Paula, campeãs mundiais em 1994, assim como não tem o brilho das pioneiras medalhistas de bronze do Mundial de 1971, disputado em um Ginásio do Ibirapuera lotado, mas também não é tão fraca a ponto de ser derrotada por Ilhas Virgens. E foi. Aliás, as meninas são as que mais sofrem com a falta de recursos.
Como assim falta de recursos? Sim, o Brasil tem deixado de investir, e as verbas que chegaram ao ciclo olímpico não foram bem aproveitadas pela antiga gestão da CBB, segundo a própria Fiba, que suspendeu o país de competições internacionais por longo período e também pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que chegou a multar
ex-dirigentes da entidade porque encontrou suspeitas de fraudes de empresas ligadas a viagens, cotação prévia com falhas, pagamento irregular de servidores públicos e de funcionários não estatutários com valores acima dos estipulados por entidades que sobrevivem quase totalmente de recursos públicos. Todas as irregularidades estão vinculadas ao mau uso da verba proveniente da Lei Agnelo Piva.
E claro que tudo tem um fim. No caso do basquete brasileiro, neste momento, o fundo do poço. No último domingo, a seleção masculina foi eliminada da Copa América e sequer conseguiu uma das sete vagas em disputa para os Jogos Pan-Americanos de 2019, que serão disputados em Lima, no Peru. Aliás, mais uma marca inédita e negativa. Só para lembrar que os homens já conseguiram dois títulos mundiais, dois vices e dois bronzes, além de três pódios olímpicos, em um tempo em que a bola na cesta era o segunda esporte dos brasileiros, posto dominado pelo vôlei desde o final da década de 1990.
Só para lembrar que, em 23 de agosto, comemoramos 30 anos do ouro dos Jogos de Indianápolis, diante dos EUA, que contavam com David Robinson e Danny Manning, entre outros, um tempo em que contávamos com Oscar, Marcel, Ary Vidal, sucessores de Kanela, Wlamir Marques, Rosa Branca e outros nomes históricos do hoje combalido basquete brasileiro.
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