Todo mundo que já jogou bola alguma vez, seja no Beira-Rio, na várzea, na rua, ou, no pior dos casos, na Arena, sabe da importância da autoconfiança. Um atleta talentoso, confiante, é capaz de fazer o que Nilmar aprontou contra o Corinthians em 2009, quando driblou meio time e marcou um golaço.
Quem pisa no gramado cheio de temores, ainda que tenha bola no corpo, tropeça nas próprias pernas. Quando o camarada já não é grande coisa, então, erra até o pontapé inicial. O Inter, coletivamente, vive uma crise de confiança que começou lá no Mundial de 2010, agravou-se com a eliminação em casa para o Peñarol, na Libertadores, virou doença com a goleada sofrida para o rival em 2015 e só piorou com a queda para a Série B.
O medo, seja de perder a partida, de errar o chute, de tomar uma vaia da torcida, faz o bom jogador virar um trapo, e o trapo virar um nada. O Inter é um time mal ajeitado, mas também sem confiança em si mesmo na Série B. Tem medo de perder para equipes modestas, medo de não voltar à elite, medo de ser marcado pela torcida, medo, medo e medo.
Um passo de Andrezinho
Por isso, a vitória contra o Oeste pode ter representado, também, um passo importante para a volta gradual da fé no próprio futebol. Um passo pequeno, um passo de Andrezinho perna-colada, mas um passo na direção certa. Se esse mesmo Inter que vem se complicando diante de tanto time ruim começar a jogar com mais confiança, teremos um importante reforço rumo à Série A.