Recentemente, meu amigo Wendell Ferreira, parceiro do Prime Time e de Zero Hora, escreveu que contaria aos seus netos que teve a felicidade de ver LeBron James jogar, dominar a NBA e galgar o seu nome entre os maiores da liga.
Mas e se o melhor jogador de basquete da atualidade for campeão novamente, quantos argumentos ainda restarão para quem insiste em diminuir os seus feitos?
No dia 25 de maio, LeBron James ultrapassou Michael Jordan e se tornou o maior pontuador da história dos playoffs. No mata-mata da NBA, o camisa 23 do Cavs também é o segundo com mais roubos de bola, terceiro em assistências, sétimo em rebotes e 15º em tocos. Nas bolas de três pontos – fundamento no qual ele é ruim, segundo os haters –, é o terceiro, com apenas uma cesta a menos que Reggie Miller. Isso tudo com apenas 32 anos. Desde que começou na liga, em 2003/04, 'King James' venceu mais partidas de playoffs do que todas as franquias. Ele também é o primeiro atleta a levar dois times diferentes a quatro finais de NBA.
Em 2016, o astro do Cavaliers foi protagonista e liderou uma virada inédita, após estar atrás por
3 a 1, a apenas uma derrota do vice-campeonato. Não seria absurdo, pois do outro lado estava o time que obteve 73 vitórias em 82 jogos da temporada regular, o melhor desempenho da história, Stephen Curry, primeiro e único MVP escolhido de maneira unânime desde o surgimento da NBA, e Steve Kerr, melhor técnico do ano. Apesar de tudo, o rei fez história. E continuará fazendo.
Será a sétima final seguida do craque. Neste intervalo, foram dois troféus pelo Miami Heat e um pelo Cavs. Nas vezes em que o seu time foi campeão, o MVP das finais ficou com ele. Nas derrotas de 2014 e de 2015, o prêmio foi parar nas mãos de quem marcou LeBron James e não do protagonista do time adversário. A última vez que o MVP da decisão não obedeceu à regra "LeBron x defensor de LeBron" foi em 2011, com Dirk Nowitzki.
Porém, qual o patamar de LeBron James se ele faturar o anel de campeão contra o Warriors, reforçado por Kevin Durant, o segundo melhor do mundo?
Tal qual Messi e Cristiano Ronaldo, menosprezados a cada insucesso, a magnitude de LeBron será decretada apenas quando ele abandonar a carreira. Até lá, temos outra final e alguns bons anos para acompanhar o desfile de quem garantiu o seu lugar no Olimpo do basquete.