O inédito título do Gauchão, se for conquistado pelo Novo Hamburgo neste domingo, terá um sabor especial para dois atletas.
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Nascidos e criados no Vale do Sinos, o volante Tiago Ott e o meia Preto vivenciaram como torcedores os principais momentos do clube.
A relação da dupla começou de forma curiosa. Aos 11 anos, Tiago jogava nas escolinhas e gostava de entrar em campo de mãos dadas com os jogadores do grupo principal. Na conquista da Copa Emídio Perondi, em 2005, um dos preferidos era justamente Preto, que, então com 23 anos, estava na primeira das suas cinco passagens pelo clube.
– O Tiago era um gurizão, estava sempre presente e entrou várias vezes em campo comigo. Eu estava em uma boa fase e, como era da cidade, o pessoal tinha carinho especial por mim – conta Preto.
O tempo passou. Após um breve
período no Santa Cruz, Tiago Ott voltou ao Novo Hamburgo em 2015, para atuar nos profissionais.
Ao final do ano, quando se iniciaram os trabalhos para o Gauchão, reencontrou no vestiário o antigo ídolo.
– Eu fiquei olhando para o Preto na esperança de ser reconhecido, mas ele não se lembrou de mim. Aí fui falar. Vi que ele ficou muito feliz – relembra o jovem Tiago Ott.
– Quando eu entrei no vestiário, vi que ele ficava me cuidando. Aí, ele não aguentou e me chamou. Eu disse: "Meu Deus, tu entravas com a gente naquela época e agora tu és profissional. Tamo junto" – relata o meia Preto.
Aos 35 anos, Preto é capitão e titular absoluto do time do treinador Beto Campos. Já Tiago Ott tem 23 anos e é considerado uma promessa da equipe. Reserva, chegou a atuar como titular nos jogos contra Brasil e Veranópolis, na primeira fase.
– Falei para o Tiago. Falta só ele ter uma sequência de um campeonato inteiro para despontar. Ele tem muita força e inteligência com a bola no pé. Além de saber marcar, tem muita qualidade para jogar – define Preto.
Representantes de duas gerações de jogadores oriundos do Vale do Sinos, a dupla leva para dentro de campo o sentimento do torcedor anilado.
– Hoje em dia, é muito difícil conseguir atletas identificados. De certa forma, estamos carregando o nome da cidade junto. Isso ajuda a chamar o torcedor, porque ele se sente acolhido vendo jogadores identificados com o clube – opina Tiago Ott.
Para este apaixonado, Tiago Ott e Preto esperam retribuir com a conquista do Gauchão, um título que os colocaria na história.
– A gente se emociona. As pessoas mandam mensagens e falam que nós estamos resgatando o amor do torcedor pelo clube. Espero que a gente possa coroar com o título no domingo – finaliza Preto.