A selvagem Libertadores entre Peñarol e Palmeiras ainda repercute. Um dos responsáveis por evitar problemas maiores na briga no Uruguai, o segurança do Palmeiras André Silva deu detalhes do que o clube viveu contra o Peñarol (URU). Precavido, o clube esperava que Felipe Melo fosse alvo de ataque, pois o volante havia sido "jurado" no jogo em São Paulo (SP).
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- Eu fiquei no canto do portão, porque já sabia que eles iam querer pegar o Felipe Melo lá. Eles já juraram a gente aqui. Na hora que começou a discussão eu tentei entrar e eles me barraram, aí eu empurrei o segurança e entrei. Eles já estavam tentando agredir o Felipe Melo. Um segurança nosso tomou a chamada 'chinela', caiu, correu risco de se machucar. Quando nós chegamos no portão, eles fecharam o portão. Nós empurramos e abrimos o portão ao contrário. Ainda bem que a segurança do Palmeiras trabalhou direitinho, em conjunto. Conseguimos entrar com os jogadores, porque nossa preocupação era a integridade física deles - afirmou André.
Normalmente, o clube viaja para partidas como visitante com no máximo cinco funcionários. Desta vez, foram 14 seguranças para Montevidéu. Quando a briga começou, os uruguaios ainda tentaram evitar que eles entrassem no campo, e os brasileiros precisaram forçar a porta para acessar o gramado e tirar os jogadores, até então presos, dali.
- Em nenhum momento nós agredimos alguém. Eu mesmo, correndo, de costas para a briga, estava protegendo o Felipe Melo. Até falei para o Felipe: 'Fica esperto que eu vou estar de costas. Eu vou proteger você, mas se vier alguém, você se defende, senão a gente vai apanhar'. Quando conseguimos entrar, no corredor foi a mesma coisa. Eles vieram em um monte de gente, jogador, segurança, tentando invadir a nossa parte. Graças a Deus conseguimos evitar o pior ali - acrescentou André.
- Amigo, se eu fosse para a agressão eu te garanto que um comigo eu ia levar. Ninguém, nenhum segurança nosso, agrediu. Nós fomos lá para proteger. Usamos nosso tamanho para apartar a briga. Em momento algum eu virei para trocar com alguém. A minha preocupação era a integridade física dos jogadores, porque eles são patrimônio, eles custam caro. Se machuca um Felipe Melo para o próximo jogo, e aí? Um Zé Roberto, um Tchê Tchê... Quando eles vêm aqui, a gente põe segurança nosso para cuidar deles, faz tudo do melhor. E lá a gente é sempre maltratado - completou.
O resultado de toda a confusão foi dito pelo médico do clube, Gustavo Magliocca. Dos jogadores, o que na hora se saiu pior foi Willian, que levou arranhões no rosto. Nenhum deles preocupa, porém.
- O Willian está com algumas escoriações na face, o Prass tem um trauma na cabeça, mas foi um soco que não pegou com a energia que poderia. O Jean tomou uma troncada de um torcedor que invadiu o campo, mas nada muito grande - explicou o médico.