O Corinthians vai superar a marca de R$ 100 milhões de renda líquida na Arena neste sábado, no clássico contra o Santos, pela sétima rodada do Campeonato Paulista. Até agora, em 91 jogos no estádio em Itaquera, inaugurado em 2014, o valor limpo obtido foi de R$ 99.935.181,33.
Após a média de público ter caído nos últimos jogos, inclusive com o recorde negativo de 11.708 pagantes no confronto com o Novorizontino, o Corinthians pode registrar o maior público da temporada no clássico. Isso porque já foram vendidos 26 mil ingressos para o duelo com o Santos, e a expectativa é que ultrapasse os 30.727 pagantes da partida diante do Palmeiras, na última rodada.
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A renda líquida, porém, não fica com o Corinthians. Todo o valor obtido com a comercialização de ingressos segue sendo revertido para o fundo que administra as contas da Arena, assim como os valores obtidos com a exploração de outras propriedades, como cadeiras, camarotes e eventos.
O Timão encontra dificuldades no pagamento de seu estádio. Neste início de ano, o clube chegou a um acordo com a Caixa Econômica Federal sobre o novo modelo de financiamento. Antes, as parcelas mensais eram de mais de R$ 5 milhões, e agora o valor caiu quase pela metade, para pouco mais de R$ 3 milhões. A diminuição do montante se deve ao aumento do prazo de pagamento da Arena, que antes era de 12 anos e agora chegará perto dos 20. O novo contrato ainda não foi assinado.
Por conta das dificuldades financeiras, o Corinthians deixou de pagar as parcelas do financiamento desde maio, quando a Caixa concedeu um período de carência justamente para rediscutir o contrato. Nas negociações, que também envolveram a construtora Odebrecht, o Timão tentou alterar o item do contrato que determina o uso de toda a bilheteria para o pagamento da dívida, mas não teve sucesso.
Os custos da Arena Corinthians já passam de R$ 1,2 bilhão, mas a tendência é que aumentem consideravelmente até o fim do contrato - até porque haverá mais juros graças ao maior prazo de pagamento.
OUTRAS DIFICULDADES:
O Corinthians chegou a divulgar que estava em negociações avançadas pela venda dos naming rights (direito de exploração do nome), mas as tratativas regrediram. Outro fator que poderia aliviar parte da dívida é a venda dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs). Apesar da expectativa inicial de arrecadar 420 milhões para pagar parte da obra do estádio, os CIDs também estão encalhados. Por fim, o Timão ainda tem outras propriedades da Arena à venda, como cadeiras, camarotes e eventos.