O Grêmio Esportivo Brasil vive momentos históricos. Na parte esportiva, seus feitos são louvados pelo alcance de suas conquistas, obtidas em tão pouco tempo. Fora do campo, o estágio de profissionalismo da parte diretiva é comemorado e atinge um momento sem igual na história do clube. Esta é uma observação de alguém que circula neste meio há mais de 50 anos.
O primeiro indicativo você encontra nos pagamentos, feitos dentro dos 30 dias. Já convivi com um calendário totalmente flex. O mês no Bento Freitas poderia ter perfeitamente 45, 50 dias, outras vezes mais de 60. Em 1978, na primeira vez em que disputamos um campeonato nacional, não fomos bem. Devido à péssima campanha, chegamos ao cúmulo de dever três meses, o que significava perda de patrimônio, já que liberava o jogador do seu vínculo conforme determinava na época a lei do passe.
Outro indício de que as coisas estão indo para os eixos diz respeito à notícia sobre o patrocínio com a Caixa Federal. Será o primeiro clube gaúcho a ostentar em sua camisa o logo da Caixa. Até aí muito bem, ótimo. Mas é só o final do processo. Antes de concretizar a negociação, houve o enfrentamento de um périplo com águas turbulentas que não nos impediu de chegarmos a um porto seguro. Todas as exigências feitas pela instituição financeira – certidões negativas das esferas municipal, estadual e federal – foram apresentadas, uma a uma. O Brasil também atendeu outros requisitos imprescindíveis, como estar em dia com FGTS, com o cadastro de inadimplentes do governo federal e com o Ministério do Trabalho. O clube conseguiu isso por meio da adesão ao Programa de Modernização de Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut). Parcelamos todas as dívidas até agosto de 2015. A partir daí, mensalmente pagamos religiosamente FGTS, INSS e o Imposto de Renda.
E assim temos de nos manter para tornar um clube viável a receber as cotas negociadas com a Caixa federal e outras entidades. Imploramos que continuemos nesta trilha, que não cometamos loucuras ao contratar jogadores fora de nosso padrão financeiro. Já firmamos um acordo com o CT do ex-jogador do Grêmio e Seleção Emerson e ali desenvolveremos as categorias de base, o que nos permitirá receber a chancela de ser um clube formador de atletas junto a CBF.
Não desconhecemos as falhas, ainda mais que estejamos competindo em um estádio em construção, o que nos causa uma profusão de problemas. Falta-nos ainda um CT para os profissionais, que já está a caminho a passos largos.
Tudo isto são sinais que nos habilitam a confiar que, em pouco tempo, o amadorismo não será mais do que uma vaga lembrança.
Assim seja.