A história entra em campo como conselheira do técnico Tite. Mesmo com o aproveitamento de 100% no comando da Seleção Brasileira - oito jogos, oito vitórias, 22 gols marcados e somente dois sofridos - e responsável pelo resgate da autoestima da torcida depois do desastre dos 7 a 1, ele deixa seus jogadores em estado de alerta para a partida contra o Paraguai, nesta terça, no Itaquerão.
O jogo no ar:
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Sequer admite pensar que mais três pontos irão garantir vaga na Rússia com quatro rodadas de antecedência. Antes das frustradas participações nas Copas de 2006, 2010 e 2014, a Seleção Brasileira também havia se credenciado como favorita.
Nas duas primeiras, por conta da boa performance nas Eliminatórias. Na última, pela conquista, um ano antes, da Copa das Confederações, com direito à goleada contra a então campeã mundial Espanha de Piqué, Busquets, Xavi e Iniesta.
Diferentemente dos torcedores, que parecem ter esquecido dessas experiências, quem as enfrentou tira lições. O preparador físico Paulo Paixão viveu as três experiências citadas. Também já havia trabalhado nas Copas de 1998 e 2002, ano do penta.
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Comentaristas opinam: a Seleção Brasileira é favorita à conquista da Copa do Mundo?
Com o cintilante currículo de três Copas América, três Copas das Confederações e um Mundial, ele vê mais riscos no ambiente externo do que no interno.
– O problema é quando nos deixamos envolver pelo entorno. Fora da Seleção, jogadores são pessoas comuns, que podem se deixar envolver por amigos, familiares. Mas temos o exemplo de 2014. Vários jogadores, como Neymar, Fernandinho, Paulinho e Daniel Alves estavam lá. E poderão equilibrar esta empolgação que vem de fora – observa.
Euforia demasiada costuma gerar falta de concentração. Em 2006, empolgada com o quadrado mágico formado por Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo Nazário, a torcida invadia os treinamentos da Seleção Brasileira na Alemanha.
O talento individual era tanto que não se percebeu que o excesso de peso de Adriano e Ronaldo cobraria a conta.
– A melhora da Seleção nos enche de esperança, mas é preciso ter os pés no chão por causa de antigas frustrações. Futebol é complicado, nem sempre vence o melhor. Daqui a pouco, um adversário mais fraco faz um gol, se fecha e nos elimina – alerta o ex-lateral-esquerdo Gilberto, que integrava aquele time estrelado, eliminado pela França nas quartas de final.
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Um dos preparadores físicos da seleção tricampeã mundial de 1970 e treinador em 1994 e em 2006, o ano do tetra, Carlos Alberto Parreira, 74 anos, é um declarado admirador do trabalho de Tite.
São frequentes suas visitas à sede da CBF para troca de ideias com o atual comandante da Seleção Brasileira.
De cada encontro, Parreira volta para casa convencido de que, apesar do momento vitorioso, Tite "não se deixa levar pela onda".
– Ele está corretíssimo em pedir cautela. Não que a euforia não seja merecida. Recuperamos nosso prestígio, voltamos a ser respeitados, mas a Copa do Mundo é uma competição muito especial. Depois da primeira fase, são quatro jogos de tudo ou nada – destaca.
Parreira lamenta o "calendário ruim", que impede, até o momento, a Seleção Brasileira de enfrentar seleções europeias, na sua avaliação o teste mais indicado antes de um mundial.
– Fico feliz porque, em 2018, teremos amistosos contra Alemanha e França. Teremos, então, uma ideia muito mais próxima do que iremos enfrentar na Copa. Mas nosso grupo é tecnicamente muito bom. Neymar faz a diferença, Gabriel Jesus é um talento que veio na hora certa. Temos jogadores muito experientes - analisa.
Gilberto também espera por testes mais existentes.
– Por enquanto, os adversários são seleções sul-americanas, que têm grande respeito pela nossa. É preciso colocar nossa capacidade à prova em amistosos ou torneios na Europa. Mas conheço Tite muito bem, ele sempre soube tirar o melhor de cada jogador – diz Gilberto, que trabalhou no Grêmio com o atual treinador da Seleção Brasileira.
BRASIL
Alisson; Fágner, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Renato Augusto; Philippe Coutinho, Neymar e Firmino.
Técnico: Tite
PARAGUAI
Antony Silva; Darío Verón, Valdez, Paulo da Silva e Alonso; Iturbe, Ortigoza e Cristian Riveros; Almirón, Cecilio Domínguez e Darío Lezcano.
Técnico: Arce
*ZHESPORTES