O clássico entre Atlético-PR e Coritiba acabou cancelado na tarde deste domingo. Os clubes planejavam uma transmissão do jogo pelos seus canais na internet. No entanto, o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior não permitiu que o jogo se iniciasse ao alegar que havia profissionais não credenciados à beira do gramado.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o ex-presidente e atual presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia, explicou o posicionamento do clube e disse que não pode antecipar os próximos passos na polêmica.
– Nos organizamos, era uma transmissão gratuita. Era uma experiência dos dois clubes, porque ficaram sem condições de vender os direitos. Só tem um Atletiba na primeira fase, seria o único jogo para fazer. Veríamos como funcionaria, qual seria a audiência. Dentro da lei, levantamos todas as condições. A Lei Pelé nos ampara, os direitos são uma propriedade dos clubes – disse.
José Fernando Macedo, vice-presidente do Coritiba, disse em entrevista ao SporTV que chegou a sugerir a saída dos profissionais da beira do gramado para que a captação de imagens fosse feita desde as arquibancadas. Ele disse, entretanto, que a ideia foi recusada.
– Fomos argumentar com o quarto árbitro, a sugestão era de se retirar as emissoras que não estavam credenciadas das quatro linhas, fazer a filmagem das arquibancadas. E eles não aceitaram a sugestão. Tinham que esperar 30 minutos e mais 30 minutos para que as pessoas saíssem. Eu fui ao juiz e disse: "Me desculpem, represento o Coritiba, por que não chama a polícia e retira as pessoas que não estão credenciadas e inicia o jogo? Temos 25 mil pessoas no estádio, os times já estão no campo, é o maior clássico. Ele respondeu que cumpria ordens da federação – explicou Macedo.
Em nota oficial, a Federação Paranaense declara que "a não realização do jogo ocorreu por culpa exclusiva dos clubes, que desobedeceram a ordem do árbitro de retirar profissionais não credenciados do gramado onde se realizaria a partida".
Petraglia disse ainda que a funcionária da Federação Paranaense responsável pelo credenciamento estava no estádio no momento previsto para o início do jogo, mas que houve recusa em autorizar a presença dos profissionais contratados pela dupla Atletiba.
– A responsável pelo credencimaneto estava no estádio, sempre acontece no momento que chega um ou outro a mais. A Federação Paranaense exige que o creencimento seja feito 48 horas antes. Eles se negaram a credenciar. Eles se negaram, a moça estava lá na hora. Tem imagens do quarto árbitro dizendo que foi uma ordem do presidente da federação. O Atlético e o Coritiba ofereceram tirar as câmeras da beira do gramado – completou.
A Rede Globo detém os direitos de transmissão dos jogos dos outros 10 clubes no Campeonato Paranaense, mas Atlético-PR e Coritiba não chegaram a um acordo com a emissora. Pela lei brasileira, uma emissora só pode exibir o jogo se tiver acerto com ambos os clubes. Por isso, uma transmissão pelos canais da internet só poderia ocorrer no Atletiba.