Na Olimpíada de Tóquio, pode vir do skate uma boa fatia de medalhas brasileiras. Modalidade que estreará em 2020, o esporte conta com diversos talentos nacionais capazes de alcançar o lugar mais alto do pódio. Aliás, já costumar ser esse o desfecho nos eventos mundiais.
No entanto, todo esse potencial brasileiro corre o risco de ser desperdiçado por conta de divergências que podem resultar no boicote dos atletas de elite. Isso porque, no momento, é a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) a entidade representativa da modalidade na Olimpíada. O que gera insatisfação por parte da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), que deseja participar do processo olímpico e que conta com o apoio dos nomes tradicionais do skate do Brasil.
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Fundada em 6 de março de 1999, a CBSk se esforça para alcançar o que considera o seu direito. Uma campanha na internet inclusive já colheu mais de 11 mil assinaturas em um abaixo-assinado eletrônico. Mas o fato é que isso pode não ser suficiente.
Em dezembro, a CBSk teve o pedido de filiação negado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). A justificativa é que, pelo regulamento do COB, para uma confederação brasileira obter esse direito é necessário que a mesma seja reconhecida por uma federação internacional filiada ao Comitê Olímpico Internacional (COI). O que não ocorre com o órgão dos skatistas. Hoje, a CBSk é reconhecida pela International Skateboarding Federal (ISF), sem filiação ao COI. Por sua vez, a CBHP possui relação com a Federação Internacional de Roller Sports (FIRS), que tem filiação ao COI.
Para tentar ilustrar a situação, Ed Scander, vice-presidente da CBSk, chega a fazer uma comparação curiosa.
– Isso é igual colocar automobilismo e não ter a FIA (Federação Internacional do Automóvel) envolvida. E não ter Hamilton, Massa, Vettel...
Ainda assim, o dirigente mostra otimismo e acredita que a questão pode ser solucionada. Através de nota oficial, o COB se posiciona mostrando o mesmo desejo:
– O COB informa ainda que trabalhará para o entendimento entre as entidades representantes do skate no Brasil, a fim de que os atletas não sejam prejudicados na preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 – diz o trecho final da nota.
O skate terá duas modalidades na Olimpíada de 2020: Park e Street, com os gêneros feminino e masculino. Cada categoria dará três vagas ao Brasil, totalizando 12.
Scander afirma que o país tem "condições reais de ganhar medalhas" nas duas modalidades. Pedro Barros, Murilo Peres e Miguel Olveira, além de Yndiara ASP, no feminino, são os destaques brasileiros no Park.
Leticia Bufoni, Pâmela Rosa e Monica Torres são os femininos no Street. Na mesma modalidade, se destacam no masculino Luan Oliveira e Kelvin Hoefler.
*ZHESPORTES