A cada dois anos, o drama no futebol europeu se repete: diversos craques e jogadores importantes precisam deixar de lado os campeonatos nacionais no início de janeiro para tomar o rumo da África por três semanas. A Copa Africana de Nações, que começa neste sábado, reúne as 16 melhores seleções do continente no Gabão, país que sedia o torneio pela primeira vez. O campeão garante vaga na Copa das Confederações, na Rússia, em junho.
Será a chance de ver nomes de destaque do futebol da Europa em ação pelos seus países. Os donos da casa contam com a letalidade de Pierre-Emerick Aubameyang, artilheiro do Borussia Dortmund. O argelino Riyad Mahrez (Leicester), o senegalês Sadio Mané (Liverpool), o marfinense Serge Aurier (PSG) e o ganês André Ayew (West Ham) são alguns dos grandes jogadores que estarão em campo em busca da glória máxima do futebol na África.
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As viagens costumam causar dores de cabeça entre seleções e clubes da Europa. Apesar de regulamentada pela Fifa, a CAN é disputada em uma data não-oficial – sem outros jogos de seleções –, e no passado diversos times tentaram impedir seus jogadores de viajarem. Países como Gana, Gabão e Costa do Marfim têm quase a totalidade dos seus elencos em clubes do Velho Continente. Leicester, Anderlecht e Schalke 04 são os times mais prejudicados, com três convocados cada. Em 2015, quando a Copa Africana foi sediada em Guiné Equatorial, o surto de ebola no oeste do continente preocupou os europeus – no entanto, não houve relatos de contágios entre os atletas durante a competição.
Apesar de presença de jogadores de destaque, as seleções da África não vivem um grande momento no futebol internacional. Na Copa do Mundo de 2014, apenas dois países avançaram às oitavas de final, e ambos – Nigéria e Argélia – caíram nesta fase. Em 2010, quando a África do Sul sediou o Mundial, Gana foi quem chegou mais longe, caindo nos pênaltis para o Uruguai nas quartas de final. Até hoje, os africanos estão devendo uma classificação às semifinais da Copa do Mundo.
Dos 16 participantes, oito países já conquistaram a CAN. Os três maiores campeões – Egito, com sete títulos, Gana e Camarões, com quatro – estão na disputa. A grande ausência é a Nigéria, três vezes vencedora da Copa, que caiu nas Eliminatórias justamente para os egípcios. Por sua vez, Guiné-Bissau, país de língua portuguesa, será a única seleção estreante na fase final da competição. Infelizmente, nenhum canal de televisão irá transmitir o torneio para o Brasil.
O PAÍS-SEDE
Com apenas 1,83 milhão de habitantes – é o 46º entre 55 países da África em população –, o Gabão será anfitrião da CAN pela primeira vez. Localizado na costa oeste da África central, junto ao Oceano Atlântico, o pequeno país tem sete participações na competição. Os gaboneses chegaram duas vezes às quartas de final. Desta vez, apostam em Aubameyang, atacante do Borussia Dortmund e eleito o melhor jogador do Campeonato Alemão no primeiro turno, para irem mais longe.
Capital: Libreville (591.356 habitantes)
Idioma: francês.
Cidades que recebem os jogos:
Libreville – Estádio da Amizade, 38 mil (palco da abertura e da final)
Port Gentil – Estádio de Port Gentil, 20 mil
Oyem – Estádio de Oyem, 20 mil
Franceville – Estádio de Franceville, 20 mil
OS CRAQUES
Aubameyang
Atacante, Gabão
Melhor jogador de 2016 do Campeonato Alemão, Pierre Emerick Aubameyang é um dos grandes artilheiros do futebol europeu na atualidade. Ele tem 70 gols pelo Borussia Dortmund desde que chegou ao clube, em 2013, em 111 jogos, e foi vice-artilheiro do Alemão em 2015-16, com 25 gols. O atacante é o capitão e principal jogador dos anfitriões.
Riyad Mahrez
Meia, Argélia
Escolhido o melhor jogador da Premier League e da África em 2016, o meia Riyad Mahrez brilhou no incrível título conquistado pelo Leicester no Campeonato Inglês. Com a companhia de Bentaleb, Brahimi e Slimani, espera ajudar a Argélia a recuperar o título que não conquista desde 1990.
Sadio Mané
Meia, Senegal
Um dos destaques do Liverpool de Jürgen Klopp, Sadio Mané é o grande nome de Senegal, mesmo com apenas 24 anos. O jogador lidera uma seleção que tem também Koulibaly e Diouf.
Serge Aurier
Lateral-direito, Costa do Marfim
Jogador do PSG desde 2014, o lateral foi titular nas campanhas dos títulos franceses de 2015 e 2016. Ele chamou a atenção, contudo, ao receber uma suspensão de um mês por ofender o técnico Laurent Blanc nas suas redes sociais.
O ESTREANTE
Um dos cinco países de língua portuguesa da África, Guiné-Bissau joga pela primeira vez na história a fase final da Copa Africana de Nações. A seleção bissauense é a 68ª colocada no ranking da Fifa e fará o jogo de estreia, contra Gabão, às 14h deste sábado.
OS CASEIROS
Duas seleções fogem da tendência de ter os elencos formados quase que totalmente por jogadores que atuam na Europa. Tunísia e Egito, com campeonatos fortes na África, têm suas listas de 23 nomes formadas principalmente por atletas que jogam no próprio país. Os tunisianos somam 15 jogadores locais. Já no Egito, 11 dos 23 convocados atuam no país, principalmente no Al Ahly e no Zamalek.
O ATUAL CAMPEÃO
A Costa do Marfim conquistou seu segundo título da CAN em 2015. O troféu coroou a geração de Didier Drogba, Yaya Touré e Gervinho, que havia ficado com o vice em 2006 e 2012. A atual seleção não tem os mesmos nomes do passado e aposta no lateral Aurier e nos atacantes Kalou e Bony para tentar manter a taça.
FORMATO
As 16 seleções do torneio estão divididas em quatro grupos de quatro equipes. Os dois melhores avançam às quartas de final, e, a partir daí, a disputa é feita em jogos eliminatórios.
*ZHESPORTES