Ainda muito abalado, o zagueiro Neto conversou novamente com a imprensa na tarde desta terça-feira na sede da Chapecoense. Caminhando com o auxílio de muletas, o sobrevivente do acidente com o avião da Chapecoense voltou a se apegar na fé para justificar sua sobrevivência e falou na paciência que é preciso ter enquanto se recupera.
– As pessoas queriam tirar foto comigo antes do acidente, hoje elas choram – disse.
Neto recordou com saudosismo as alegrias que já deu à Chapecoense nas duas temporadas que jogou pelo clube. Contudo, ao ser questionado, disse que não saber o que representa para o time e os atuais jogadores que estão compondo o elenco em 2017.
– A importância do Neto para a Chapecoense? Eu não consigo ter esse parâmetro. Eu fui um atleta importante para as conquistas, mas o que estou passando é muito novo. Eu entendo, mas foge de mim – complementou, emocionado.
Mesmo assim, o zagueiro disse que, talvez, seja um exemplo de força. Ao falar sobre os novos atletas que estão sendo apresentados ao longo dos últimos dias, contou que procura repassar a imagem da Chape como um time diferenciado.
– Aqui a vaidade fica de fora e isso permaneceu. Tento passar isso aos novos e passar um pouco do que eu vivi como atleta – complementou.
Recuperação e vontade de jogar
Com a previsão médica de voltar em meio ano, o sobrevivente diz que tem tido uma boa evolução na sua recuperação. A expectativa é de que, daqui um mês, ele tenha um panorama melhor de sua situação.
– No começo eu estava mais ansioso porque um atleta que tem lesão consegue corrigir rápido, mas sei que comigo vai demorar mesmo – complementou.
As principais deficiências hoje são uma lesão na região lombar, o joelho e os tendões, onde sofreu rompimentos em virtude do acidente na Colômbia. Mesmo assim, o jogador relatou que espera pelo momento que vai voltar a jogar e mesmo quando está em casa não perde a chance de acompanhar o futebol.
– Fico vendo TV e imaginando quando eu estiver jogando. Quando me vejo entrando em campo eu me emociono – concluiu.