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Famílias de vítimas do acidente pretendem continuar em Chapecó

Sobreviventes querem aproveitar a "nova chance" para ajudar aos outros

Darci Debona

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Nesta semana, o jornalista Rafael Henzel reencontrou os amigos com quem costumava jogar futebol

Dos jogadores e comissão técnica da Chapecoense que morreram no acidente da LaMia, nenhum era de Chapecó. Mesmo assim, algumas mulheres e filhos devem continuar morando na cidade mesmo sem terem parentes no local. É o caso da mulher de Anderson Paixão, Ulrike, e os dois filhos, Johann e Jordy. Rosângela Loureiro, mulher de Cleber Santanta, também cogita ficar. Quem já decidiu continuar é Suzana Ribas de Jesus, a Suzy, mulher de Willian Thiego.

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Adaptada à cidade, e com a filha Nina já com grandes vínculos com os amigos, Suzy espera reconstruir sua vida em Chapecó. Ela é formada em contabilidade e quer voltar a estudar. A Chapecoense já ofereceu trabalho no clube, embora ela ainda não tenha dado uma resposta.

– Temos que seguir em frente, não tem o que fazer – declarou.

A fotojornalista Sirliane Freitas, que era esposa do assessor do clube Cleberson Silva, já disse "sim" e é assessora da Chape.

A esposa do ex-presidente do clube, Sandro Pallaoro, Vanusa Pallaoro, e a filha Dhayane, também se envolveram com a administração da distribuidora de frutas que era comandada por ele. Elas quase não conseguiram parar por causa dos compromissos da empresa. Um banner com a foto de Pallaoro foi colocado no escritório. A saudade é grande, mas também é o combustível que dá força para continuar tocando a distribuidora.

– Era o sonho dele – disse Dhayane.

A jornalista da RBS Isabella Fernandez, mulher e colega do jornalista Giovani Klein, outra vítima do acidente, voltou para Chapecó na terça-feira. Na porta do apartamento, o enfeite dizendo que ali moravam um gremista e uma colorada, as escovas de dente, as fotos, aumentaram a saudade.

– Estou feliz em estar no nosso cantinho, mas aquele vazio parece ainda maior do que há 30 dias – disse Isabella.

Sobrevivente, Henzel fala em ajudas aos outros

Único sobrevivente da imprensa, o jornalista Rafael Henzel é um dos mais assediados para dar entrevista e relatar o que houve no avião da LaMia. Ontem, ele esteve no clube para agradecer o apoio. Na saída, foi assediado por pessoas que estavam na rua e que torcem por sua recuperação. Cada dia melhor, ele quer agradecer a chance de uma nova vida para ajudar aos outros.

– Quero ajudar as pessoas, sinto que tenho essa obrigação – destacou o jornalista, afirmando que, se receber uma indenização da LaMia, espera fazer algo pelos outros.

Henzel, que considera que Deus o preservou da morte no acidente, tem uma perícia marcada para 12 de janeiro. Antes disso, já no dia 9, quer estar trabalhando na rádio Oeste Capital. Também quer narrar o primeiro jogo do Verdão neste ano.

Um mês depois do acidente, já está até dirigindo, apesar dos dois pés enfaixados. O que mais preocupa são as sete costelas fraturadas, que doem um pouco quando deita. Nesta semana, já conseguiu sentar na varanda da casa, tomar chimarrão e comer pipoca, enquanto conversava com os amigos, ao lado da mulher, Jussara, da mãe, Lídia, e da sobrinha e afilhada, Bruna.

Dos demais sobreviventes, Neto já está em casa, se recuperando de cirurgias na coluna e no joelho. O lateral Alan Ruschel está no Rio Grande do Sul. O único internado é Jacskon Follmann, que se recupera de uma cirurgia preparatória na perna direita, que foi amputada para receber uma prótese.

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