A crise econômica e a uma arrecadação menor por meio das loterias federais farão o Comitê Olímpico do Brasil (COB) reduzir o aporte financeiro para as confederações esportivas em 2017. A entidade divulgou nesta semana a projeção de repassar R$ 85 milhões no ano que vem, o que representa uma queda de 14% em comparação com 2016, quando o número foi R$ 98 milhões.
O órgão trabalha com uma estimativa para o próximo ano de R$ 210 milhões, o mesmo que será arrecadado agora. Dos recursos recebidos, o COB é obrigado por lei a investir 10% no esporte escolar (R$ 21 milhões estimados para 2017) e 5% no esporte universitário (R$ 10,5 milhões no ano que vem.
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A Lei Agnelo/Piva destina 1,7% do prêmio pago aos apostadores das loterias federais do país ao COB.
– Estamos presenciando uma crise econômica, e houve uma redução grande de aporte das loterias. Mas o planejamento para os atletas é muito importante – disse o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, após a apresentação do plano orçamentário, no Rio de Janeiro, na última terça-feira.
O COB ainda anunciou mudanças nos critérios de repasse às confederações. Eles incluem não apenas o desempenho do Time Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio e outros campeonatos, mas também a correta prestação de contas das entidades.
– Trabalharemos em cima de critérios, alguns que o COB já adotava antes, e aproveitamos para melhorá-los, com base em números. Estamos fugindo da subjetividade. Demos pontuação aos esportes para termos uma estimativa matemática no ciclo passado e, assim, poder explicar porque destinamos aquele valor – explicou o diretor-executivo de Esportes do Comitê, Agberto Guimarães.
Outros R$ 41 mi serão aplicados pelo COB em projetos de preparação dos atletas visando aos Jogos de 2020, e R$ 53 milhões ficarão sob administração direta da entidade, para gastos administrativos e esportivos.
Judô e vôlei receberão mais
A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) são as entidades que mais devem receber recursos da Lei Agnelo/Piva em 2017, de acordo com a projeção do COB. Elas, que já faturavam o valor do teto de repasses até 2016, foram as mais bem ranqueadas nos critérios estabelecidos para o ano que vem.
Cada uma terá à disposição R$ 4,26 milhões, pouco menos que os R$ 4,55 milhões previstos para 2016. Abaixo, aparecem a Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), com R$ 3,76 milhões.
A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) só poderá receber os R$ 2,26 milhões previstos se reverter a suspensão imposta pela Federação Internacional da modalidade (Fiba).
Os novos esportes do programa de Tóquio-2020 ainda não sabem quanto levarão. Confederações de beisebol/softbal, caratê, escalada, skate e surfe terão de esperar até janeiro.
OS CRITÉRIOS PARA OS REPASSES
1) Ser medalhista na última edição dos Jogos Olímpicos – Ouro (10 pontos), Prata (5 pontos) e Bronze (3 pontos)
2) Ser medalhista nas três últimas edições dos Jogos – em três edições (10 pontos); em duas edições (5 pontos)
3) Ser Top 8 (finalista) nos três últimos Jogos – 5 pontos
4) Ter participado das três últimas edições dos Jogos – 1 ponto
5) Ter medalhista em Mundiais, ou equivalentes, no último ciclo olímpico – Ouro (10 pontos), Prata (5 pontos) e Bronze (3 pontos)
6) Ser Top 8 em Mundiais, ou equivalentes, no último ciclo olímpico – 1 ponto
7) Ser medalhista de ouro no último Pan – 1 ponto
8) Número de medalhas conquistadas/número de medalhas possíveis – 1 a 10 pontos
9) Índice do número de eventos nos Jogos Olímpicos – 1 a 3 pontos
10) Gestão Financeira (prestação de contas) – 1 a 10 pontos
*LANCEPRESS