Nos habituamos a acompanhar o circuito de tênis esperando pelo encontro entre Federer e Nadal. Não importava o torneio e o tipo de quadra, os dois estariam se enfrentando. Invariavelmente fazendo a final.
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Desde 2004, nos acostumamos dessa forma. Vimos o surgimento, o crescimento e a consolidação dessa rivalidade. Assim como os grandes clássicos do futebol, o duelo Federer e Nadal ganhou nome próprio: Fe-Dal.
A excelência do tênis praticado por estes gênios elevou o esporte a um patamar jamais antes visto. Aumento da premiação, multidões lotando quadras mundo à fora, revolução no marketing esportivo, publicidade e divulgação do esporte.
Pois, pela primeira vez, nestes 12 anos de rivalidade, não iremos presenciar o elegante momento em que o suíço e o espanhol sobem à rede para um respeitoso cumprimento após um épico duelo de força e técnica. Nas últimas três temporadas, tivemos apenas dois confrontos entre eles, e esta cena será cada vez mais rara.
Lesões, desgastes físicos e qualidade dos adversários são alguns dos fatores que explicam o motivo pelo qual Federer x Nadal passará, a partir de agora, a estar mais presente na memória do que na quadra.
O tênis não será igual sem Federer e Nadal. O esporte não se encerra neles. Surgirão outros fenômenos. Porém, jamais como estes dois.
Federer e Nadal passaram a ser admiradores mútuos dos seus trabalhos. Federer foi convidado para inaugurar a academia de Nadal, em Mallorca. O suíço foi recebido com admiração e respeito pela família Nadal. Recebeu das mãos do rival um quadro com imagens das 34 vezes em que se enfrentaram. Enorme gesto. Para Federer, Nadal o transformou em um tenista mais completo. Foi Federer que fez Nadal evoluir. A genialidade do rival nos motiva a superá-lo, é assim. Os dois reúnem os essenciais valores do esporte e desta vez, nos deixaram mais uma lição. Rivais, sim. Inimigos, não.
*ZH ESPORTES