O 5º melhor por equipes e o 28º na classificação individual. Foi assim que o cavaleiro santa-mariense Eduardo Menezes, 36 anos, encerrou a sua participação inédita nos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro. Pouco mais de uma semana após o término da competição, ele concedeu uma entrevista ao Diário.
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No material, Duda, como é carinhosamente chamado por amigos e familiares, falou sobre o seu desempenho, a polêmica envolvendo Rodrigo Pessoa, que ficou de fora do time titular de saltos, do futuro no hipismo e do intenso apoio da torcida de Santa Maria. Confira a entrevista do cavaleiro que reside em Carlsbad, na Califórnia, nos Estados Unidos:
1) Como avalia a sua participação e a participação da seleção de saltos nos Jogos do Rio?
Acho que lutamos de igual para igual com os melhores países do mundo. A equipe estava forte e unida. O hipismo é um esporte de muito detalhe porque não te dá chance de recuperar nada. Se o conjunto comete uma pequena falta, e salta o resto do percurso de forma espetacular, ainda assim isso conta quatro pontos (uma falta). Não é como em outros esportes que você ainda pode reverter o jogo. O meu resultado achei satisfatório. Eu tinha muita expectativa da medalha por equipe e achava que poderia brigar no individual. Sempre fica um gostinho de quero mais, mas sabemos que o esporte é assim. Espero poder levar os aprendizados dessa vez para uma próxima tentativa.
2) A polêmica envolvendo o Rodrigo Pessoa afetou o desempenho da equipe ou criou um clima ruim entre os atletas da seleção de saltos?
Nenhum. Como atleta estamos lá para cumprir com o nosso trabalho, e não podemos deixar que nada interfira nisso. Se a cada pergunta da imprensa a gente fosse se desestabilizar, não teria como competir. O clima na equipe estava ótimo e um cavaleiro como Rodrigo (Pessoa), com um bom cavalo, sempre faz falta.
3) Quais os seus próximos desafios no hipismo? Pretende seguir na seleção e, quem sabe, participar dos Jogos de Tóquio em 2020?
Sim, claro que pretendo. Para mim, isso é só o começo. Espero seguir nessa equipe por muitos anos e, com certeza, espero estar em Tóquio. A curto prazo, daqui a duas semanas, estarei no Canadá para um dos maiores concursos do mundo: o Spruce Meadows Masters.
4) O que achou da torcida dos santa-marienses por você na Olimpíada? Pretende vir a sua cidade natal? Quando?
A torcida dos santa-marienses foi espetacular. Recebi mensagens de amigos de infância e familiares. Pessoas que nunca tive a oportunidade de conhecer, mas me apoiavam como se eu fizesse parte da família delas. Assim me senti como se a minha família fosse do tamanho da cidade. O carinho dos meus conterrâneos foi a melhor medalha que eu poderia receber. Espero poder passar em Santa Maria neste ano, mas a minha temporada de competições é longa e, neste ano, ainda tenho o nascimento do meu segundo filho. Mas, a qualquer momento, apareço para visitar amigos e familiares.
5) O Quintol foi bastante elogiado por você antes da competição. Qual o tamanho da importância dos equinos em uma Olimpíada?
A importância do cavalo é enorme. É o nosso atleta mais importante e o melhor amigo. Sem uma relação perfeita entre cavalo e cavaleiro não tem jeito. O valor de cada cavalo varia muito dependendo de fatores. É como as ações de uma empresa. Hoje está em alta, mas, se você descuidar, amanhã já pode estar em baixa.