As boas atuações de Luan e Walace com a camisa da Seleção, contra a Dinamarca, deixaram a torcida gremista com sentimentos contraditórios. É claro que tivemos orgulho de ver das crias do Tricolor ganhando destaque em um jogo decisivo do Brasil na Olimpíada. Mas, ao mesmo tempo, bate aquela ponta de preocupação, principalmente com a atuação de Luan, que jogou muito e deve ter (ainda) mais olheiros lhe observando com toda atenção.
No sábado, o Brasil enfrenta a Colômbia, e uma nova boa atuação da dupla deve aumentar a pressão por uma possível venda de um deles - ou dos dois, hipótese que vem se mostrando bem provável. Em uma situação como essa, lembro do caso Giuliano. Consultado sobre a possibilidade da saída do jogador para a Rússia, o presidente Romildo Bolzan desmentia com veemência. Depois, ficamos sabendo que a proposta dos russos era analisada há dias.
Agora, Bolzan age da mesma maneira, o que é compreensível. Não quer passar a imagem de um presidente que só quer pagar contas, mesmo que o custo disso seja não ganhar títulos.
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Se saírem agora, complica
Evidentemente, caso os dois saiam, acredito que o negócio se apresentará bom para eles, profissionalmente e financeiramente, e para o Grêmio, mais no aspecto financeiro, em um primeiro momento. Essa questão da venda de jogadores para o exterior é um problema estrutural de alguns times brasileiros, dentre eles, o Grêmio. Vendemos bem, temos vários exemplos. A reposição é que é complicada, nunca chega perto do nível do que saiu.
A saída desta dupla é inevitável? Me parece que sim. O que a torcida espera é que, nas cláusulas destas negociações, o Grêmio imponha ao menos uma condição: que eles fiquem até o fim do Brasileirão. Caso contrário, abandonamos qualquer possibilidade de brigar por alguma coisa neste ano. As atuações contra o América-MG e Santa Cruz, já sem Luan e Walace, nos mostram o que nos espera caso eles deixem o Grêmio no meio do campeonato.