Se o Oeste fosse bom time, teria resolvido o jogo no primeiro tempo. O Brasil, mesmo com três volantes, permitiu ao time paulista entrar na área xavante no primeiro tempo com uma frequência patética. Compreensível. Um meio campo diferente, e não suficientemente entrosado, permite que esse tipo de coisa aconteça. E aí, você perde metade do jogo para acertar a marcação. Foram três volantes em um jogo fora de casa em um estádio praticamente vazio. Para mim, não fez muito sentido essa opção. O jogo tinha apenas três minutos e o Oeste já havia perdido dois gols feitos. Até que o inevitável aconteceu aos 23 minutos.
Marcus Vinícius cabeceou com incrível facilidade no meio da zaga xavante. Menos mal que o Brasil empatou na hora certa, ou seja, um minuto depois. Felipe Garcia recebe na intermediária e tocou em profundidade para Ramon que entrou na área e desencantou. A bola ainda bateu no goleiro Felipe Alves, mas entrou. 1x1. Naquele momento injusto, mas futebol não é tribunal. Ótimo. A partir do gol, o xavante foi aos poucos acertando a marcação e assim terminou o primeiro tempo.
Na segunda etapa, o time gaúcho voltou melhor colocado em campo. O Oeste ainda tinha alguma posse de bola, mas sem entrar na área com a facilidade do primeiro tempo. E aí, o Brasil começou a fustigar o adversário. Dois gols claros perdidos. Aos sete minutos, Ramon entrou pela esquerda, chutou e a bola inacreditavelmente bateu no ombro do goleiro. No final, aos 41, a chance ainda mais clara: Leandro Leite sobe de cabeça na lateral direita da área e coloca Nathan na cara do gol. Adivinha o que aconteceu.
Não gostei da opção do técnico Rogério Zimmermann em preservar Diogo Oliveira. Fez muita falta ontem, principalmente no segundo tempo. Tudo que o Brasil precisava quando equilibrou o jogo era o toque refinado do Maestro para colocar Felipe Garcia ou Ramon na cara do gol. O jogo se desenhou para isso. Essa constante satisfação com empates fora de casa, independente da qualidade dos adversários, me incomoda. Oeste, Sampaio Correa e Goiás foram adversários batíveis longe do Bento Freitas. Esses três empates longe de casa foram mais amargos para mim do que contra Náutico, no Centenário, e Luverdense e Vila Nova, em casa.
Se você tem um objetivo, você deve mirar um objetivo maior para garantir justamente o que você quer. Por exemplo, se o foco é o G4, você deve mirar o título. Se a intenção é não cair, você deve mirar o G4. O Brasil está em uma outra turma, que não é mais a Série D, nem a C. Portanto, deve ter uma postura mais compatível em relação ao campeonato maior que está disputando. Agora, daqui a dez dias, enfrentaremos o surpreendente CRB, de Alagoas, que está no G4. Este, sim, será um empate comemorado.