Na bela costa do Mar Mediterrâneo, Marselha, segunda maior cidade da França, sofreu a primeira carga dos hooligans no final de semana de estreia da Euro 2016. Eles nunca acabam. São células dormentes. Acordam de tempo em tempo.
Os ingleses chegaram primeiro. Quebraram bares, brigaram e atacaram a polícia com pedaços de mesas, cadeiras e garrafas de cerveja. Os russos vieram depois, no sábado, horas antes do empate em 1 a 1 entre as seleções. Invadiram o espaço destinado aos espectadores adversários e abriram uma larga zona de conflito atrás de uma das goleiras do Estádio Vélodrome.
O encontro dos vândalos nas ruas numa área de 500 metros quadrados de ruas estreitas e bares foi cruel. Mais de 40 pessoas ficaram feridas, duas em estado grave. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e prendeu vários deles. Promete aumentar a segurança no interior e no entorno dos estádios. A Uefa ameaça expulsar Inglaterra e Rússia. A decisão sairá nesta terça-feira, talvez antes.
A polícia francesa não esperava enfrentamentos tão pesados nas ruas. Na Copa do Mundo da França de 1998, confrontos entre jovens árabes, ingleses e policiais roubaram a paz de Marselha durante dois dias. Ninguém esquece,
São esperados 500 mil britânicos nos próximos 30 dias. Dois mil torcedores ingleses com ficha criminal tiveram seus passaportes confiscados nas últimas semanas. Outros 3 mil europeus de outras nacionalidades também foram impedidos de cruzar a fronteira. A polícia espalhou 130 agentes entre torcedores das 24 seleções presentes no torneio na tentativa de prever as brigas. Não conseguiu. É preciso segurar os malucos do futebol. Ninguém descarta um ataque terrorista. O estressa da polícia local é histórico.
Rússia e Inglaterra (1 a 1) era considerado um jogo de alto risco pelas autoridades. Turquia e Croácia (0 a 1) não saiu do normal. Antes de Alemanha e Ucrânia (2 a 0), na tarde deste domingo, torcedores se enfrentaram nas ruas, assim como irlandeses, franceses e poloneses. A violência se espalhou pelas ruas de diferentes cidades, como Lille e Nice.
Há outros dois explosivos encontros, rivalidades sem fronteiras, nas próximas semanas: Inglaterra e País de Gales e Ucrânia e Polônia.
A Euro custará R$ 10 bilhões ao governo francês.